Uma ala do Supremo Tribunal Federal (STF) manifestou-se com ressalvas quanto à conduta do presidente da Câmara, Hugo Motta, no caso da suspensão do processo contra o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), Jair Bolsonaro (PL-RJ) e outros seis réus investigados por tentativa de golpe de Estado. Três ministros ouvidos em reserva pela coluna da jornalista Bela Megale, de O Globo, apontaram que Motta adotou uma postura de “jogo duplo”, permitindo que a medida prosperasse na Câmara sem maiores impedimentos, enquanto indicava ao STF que a suspensão não teria efeitos práticos sobre o andamento do processo.
O relator da questão, ministro Alexandre de Moraes, foi o primeiro a apresentar seu voto, defendendo que a decisão da Câmara se limite ao deputado Alexandre Ramagem e apenas aos crimes que ele teria cometido após ser diplomado parlamentar, em dezembro de 2022. Moraes argumentou que a suspensão deveria se aplicar exclusivamente aos crimes de deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado por violência e grave ameaça contra patrimônio da União.