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Um embate acalorado entre o ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, e o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) marcou uma reunião recente no Congresso Nacional, em meio a acusações sobre a condução de investigações envolvendo fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A troca de acusações destacou não apenas a tensão entre os dois, mas também as disputas sobre responsabilidades administrativas e políticas em casos de irregularidades cometidas nos últimos anos.
A discussão começou quando Moro questionou a atuação de Wolney em relação a denúncias de descontos indevidos nos benefícios pagos pelo INSS. O ex-juiz e ex-ministro da Justiça acusou o atual ministro de não ter tomado providências diante de indícios de fraudes que teriam sido informadas durante uma reunião de trabalho. Moro também levantou a suspeita de que Wolney teria influenciado na nomeação de Alessandro Stefanutto, então presidente do INSS.
Wolney reagiu prontamente, negando qualquer envolvimento na indicação do ex-presidente da autarquia e afirmou que não opinou sobre cargos no instituto. Em seguida, o ministro devolveu a crítica, lembrando que as denúncias sobre os descontos indevidos datam de 2020, período em que Moro ainda ocupava o cargo de ministro da Justiça, durante o governo de Jair Bolsonaro.
A partir daí, o bate-boca se intensificou. Wolney afirmou que, naquele momento, a responsabilidade pela apuração dos casos era do Ministério da Justiça e Segurança Pública, que tinha meios legais para investigar e coibir fraudes em órgãos federais. Moro rebateu, insistindo que, mesmo que as denúncias tenham surgido anteriormente, coube à atual gestão da Previdência aprofundar as investigações, já que, segundo ele, o problema foi novamente exposto em reuniões mais recentes, sem que providências efetivas tivessem sido tomadas.
O senador acusou Wolney de omissão e relembrou que o atual ministro já atuava como secretário-executivo da pasta quando as irregularidades começaram a vir à tona. Segundo ele, o fato de Wolney já estar no alto escalão do ministério o tornava corresponsável pela condução das apurações internas.
O ministro respondeu com firmeza, afirmando que não era sua atribuição conduzir investigações naquele momento e declarou que, diferentemente de Moro, sua gestão teria acionado as autoridades competentes para tratar do caso. Segundo Wolney, foi apenas durante o atual governo que medidas mais concretas foram tomadas para esclarecer os fatos e responsabilizar os envolvidos.
A discussão foi encerrada por Wolney, que defendeu a atuação do atual governo federal, afirmando que somente agora os casos estão sendo investigados com apoio efetivo da Polícia Federal.
O episódio evidencia as dificuldades na responsabilização por atos administrativos que se estendem por diferentes gestões e mostra como temas sensíveis como fraudes na Previdência se transformam em arenas de embates políticos e institucionais. A disputa entre o ministro e o senador reforça a politização do debate sobre a eficiência e a transparência na administração pública.
Com informações www.pensandodireita.com