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A casa máxima do futebol brasileiro, comandada por dirigentes com problemas na justiça desde 1989, 36 anos entre corrupção, prisão, assédio sexual e moral e falsidade ideológica, vai eleger mais um com problemas acumulados na justiça.
A origem da atual CBF é de 8 de junho de 1914, quando a carioca Liga Metropolitana de Sports Athleticos (LMEA) juntamente com Associação Paulista de Esportes Atléticos (APEA) fundaram Federação Brasileira de Sports (FBS), entidade criada com o objetivo de comandar não só o futebol, mas todo o esporte brasileiro. Em 3 de março de 1915, a Liga Paulista de Foot-Ball (LPF), rival da APEA, funda Federação Brasileira de Football (FBF), com o objetivo de combater a FBS e se tornar a entidade máxima do Futebol do Brasil.
Em 1916, após alguns debates de quem comandaria o futebol no país. A Argentina decidiu realizar o primeiro Campeonato Sul-Americano de Futebol (atual Copa América), porém surgiu um problema quanto a qual entidade representaria o Brasil na competição.
Para contornar a situação, em 19 de junho de 1916, o então ministro das Relações Exteriores, Lauro Muller, tomou a iniciativa de se reunir com os presidentes da FBS, FBF e LMEA e, após algumas horas de debate, foi proposta a criação da Confederação Brasileira de Desportos (CBD). Culminando com a assinatura, em 21 de junho de 1916, de um acordo entre as entidades para a extinção da FBS e FBF e criação definitiva da CBD.
A sua função tinha um objetivo, que além do futebol, o carro-chefe, comandava também diversos esportes. Com o desenvolvimento do esporte no país e a necessidade de maior organização e independência administrativa, a CBD foi desmembrada, passando a uma nova nomenclatura de CBF (Confederação Brasileira de Futebol) em 1979, passando exclusivamente a tratar do futebol.
Ao longo destes 111 (cento e onze) anos de existência, passaram inúmeros presidentes que, à frente da instituição, contribuíram com diferentes visões e estilos de gestão. A maioria marcou época com transparência e isenção, trazendo conquistas memoráveis dentro de campo para o País. No entanto, uma minoria teve suas passagens marcadas por polêmicas, escândalos, corrupção e assédio moral e sexual, manchando profundamente as conquistas e credibilidade da entidade.
Compreender quem foram esses líderes e seus legados é fundamental para entender o cenário atual do futebol brasileiro e projetar um futuro mais transparente e positivo para o esporte mais praticado no país.
Confira todos os presidentes da CBF na história.
Presidentes da CBD.
Álvaro Zamith (1915 – 1916)
Arnaldo Guinle (1916 – 1920)
Ariovisto de Almeida Rêgo (1920 – 1921)
José Eduardo de Macedo Soares (1921 – 1922)
Oswaldo Gomes (1922 – 1924)
Ariovisto de Almeida Rêgo (1924)
José Eduardo de Macedo Soares (1924)
Oswaldo Gomes (1922 – 1924)
José Eduardo de Macedo Soares (1921 – 1922)
Oswaldo Gomes (1922 – 1924)
Ariovisto de Almeida Rêgo (1924)
Luiz Aranha (1936 – 1943)
Rivadávia Corrêa Meyer (1943 – 1955)
Sylvio Corrêa Pacheco (1955 – 1958)
João Havelange (1958 – 1975)
Heleno de Barros Nunes (1975 – 1979)
Presidentes da CBF.
Heleno de Barros Nunes (1979 – 1980)
Foi o único presidente da transição entre CBD e CBF. Sua curta gestão foi marcada pelo fim da proibição oficial do futebol feminino, embora sem grandes avanços práticos no período.
Giulite Coutinho (Presidente no período de 1980 – 1986)
Durante seu mandato, vivenciou a grande decepção da derrota na Copa de 1982. Destacou-se, porém, pela regulamentação inicial do futebol feminino no Brasil.
Octávio Pinto Guimarães (1986 – 1989)
Com uma administração turbulenta, seu mandato ficou marcado pela polêmica Copa União de 1987 e a criação do Clube dos 13.
Ricardo Terra Teixeira (Presidente no período de 1989 – 2012)
Presidiu a CBF por mais de duas décadas, período com muitas conquistas, incluindo dois títulos mundiais (1994 e 2002). Contudo, sua gestão ficou manchada por graves acusações de corrupção e contratos controversos, prejudicando severamente a imagem da entidade.
José Maria Marin (2012 – 2015)
Sua gestão como presidente terminou de maneira dramática com sua prisão pelo FIFAGate. Sob seu comando, a seleção brasileira sofreu a histórica derrota por 7 a 1 para a Alemanha na Copa do Mundo de 2014.
Marco Polo Del Nero (Presidente no período de 2015 – 2017)
Foi afastado por denúncias relacionadas ao FIFAGate e posteriormente banido pela FIFA por corrupção. Ainda assim, durante seu mandato como presidente, a seleção brasileira conquistou o inédito ouro olímpico em 2016.
Coronel Nunes (2017 – 2019)
Presidente interino após o afastamento de Del Nero, Coronel Nunes teve atuação discreta, com poucas iniciativas relevantes e algumas gafes públicas, sem grandes conquistas esportivas.
Rogério Caboclo (presidente no período de 2019 – 2021)
Iniciou com promessas de renovação e transparência, mas foi afastado por denúncias de assédio. Durante sua gestão como presidente, porém, o Brasil venceu a Copa América de 2019 e conquistou o ouro olímpico masculino em Tóquio 2021.
José Perdiz (2023 – 2024, interino)
Teve uma curta passagem como presidente interino, garantindo apenas a continuidade administrativa enquanto aguardava a eleição definitiva.
Ednaldo Rodrigues (Presidente no período de 2021 – 2025 / afastado)
Primeiro presidente nordestino, o baiano Ednaldo Rodrigues deu a entender que faria uma gestão diferente na CBF. Apesar do longo histórico na Federação Bahiana de Futebol, sua chegada quebrou uma longa tradição regionalizada na administração do futebol brasileiro, gerando esperança de mais diversidade e transparência. Mas foi uma decepção, com uma reeleição conturbada, com denúncia de falsificação de assinatura do Coronel Nunes, afastado no início do segundo mandato, retornou por força da justiça, mas foi agora definitivamente afastado. E a entidade vai ter nova eleição.
Ex-presidentes envolvidos em escândalos na entidade
A trajetória desses ex-presidentes, Ricardo Teixeira, José Maria Marin, Marco Polo Del Nero, Rogério Caboclo e Ednaldo Rodrigues, mostra momentos bons com conquista de mundial, mas não refletiu no crescimento do futebol brasileiro. Ficando assim um legado negativo, com casos comprovados de prisões, corrupção ativa e passiva, e administração temerária, até com assédio moral e sexual e falsificação de documentos.
Conhecer essa história é fundamental para construir um futuro melhor para o esporte mais popular do país. Mais o candidato único Samyr Xaud, vai ser eleito neste próximo domingo (25), vem com um legado ruim, manchado, na sua profissão, com processos em andamento na justiça, e até afastamento e suspensão de suas atividades profissionais, o que será do nosso futebol.
Conheça um pouco da trajetória do candidato único ao cargo de presidente da CBF
Samir Xaud, cotado para a CBF, é réu por fraude e errou laudo médico, dizem jornais.
Médico e líder da Federação de Roraima, Samir Xaud é o nome mais forte para a eleição da CBF, marcada para 25 de maio, mesmo sendo alvo de processo e sanções anteriores.
Segundo o Ministério Público de Roraima, Xaud é acusado de integrar um esquema de falsificação de documentos enquanto ocupava o cargo de diretor-geral do Hospital Geral de Roraima (HGR), entre 2017 e 2020. De acordo com a denúncia, obtida pelo jornal Estadão, ele e outros seis gestores teriam simulado serviços médicos para justificar pagamentos à empresa Coopebras, causando um prejuízo de R$ 1,4 milhão aos cofres públicos. A ação judicial está em tramitação.
E agora, quem vai ajudar o futebol brasileiro a sair desse mar de lamas e atraso?
A história da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) se resume para os brasileiros na seleção nacional, no futebol masculino, com a conquista de 5 Copas do Mundo, 4 Copa das Confederações, 9 Sul-americanos, 2 Pan-americanos e 5 Jogos Pan-americanos, um ouro Olímpico, além de conquistas na base, e também no feminino.
Fica a pergunta: vai mudar!