Um dia depois de virem a público os primeiros sinais de freio de arrumação no grupo governista da Paraíba, com discursos afinados de unidade por parte do vice-governador Lucas Ribeiro (PP) e do prefeito Cícero Lucena (PP), veio de Brasília uma nota que joga luz sobre as pressões internas que o governador João Azevêdo (PSB) tenta administrar.
Na coluna Painel, da Folha de S.Paulo, a Paraíba aparece como foco de turbulência na federação formada por União Brasil e PP. O motivo: o avanço da família Ribeiro sobre os espaços da chapa majoritária. Segundo a publicação, o deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP) teria gerado insatisfação nos aliados ao defender uma composição que inclui a reeleição da irmã, senadora Daniella Ribeiro (PP-PB), e a candidatura ao governo do sobrinho Lucas Ribeiro, atual vice-governador.
A leitura, nos bastidores, é de que o clã quer mais do que apenas influência — quer o protagonismo. E isso acendeu alertas em outras lideranças da base, inclusive em figuras que também se movimentam nos bastidores, como o presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino (Republicanos).

A resposta a esse movimento veio em forma de discurso. Lucas Ribeiro, em entrevista no sábado (17), pregou unidade e minimizou a disputa interna. “O projeto é maior do que nomes”, disse, em mensagem que dialoga diretamente com os recados emitidos por Cícero Lucena nas redes sociais — onde o prefeito reafirmou lealdade a João Azevêdo e atribuiu os boatos sobre racha à “oposição desesperada”.
A estratégia do governador, até aqui, é manter o time em campo sem escalar o titular. Com habilidade, Azevêdo estimula o protagonismo de seus aliados, mas não revela quem será seu escolhido para disputar o Palácio da Redenção em 2026. Enquanto isso, discursos de unidade servem como verniz para uma disputa que segue fervendo nos bastidores.
Com informações do onorteonline.com