Foto: Repropdução/Internet
Desde o início de abril, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) intensificou suas ações com a chamada Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária, popularmente conhecida como Abril Vermelho. De acordo com informações do próprio grupo, foram registradas 23 invasões até agora — uma média de 2,5 ações por dia — atingindo propriedades rurais, sedes de secretarias estaduais de Agricultura e até mesmo uma fazenda experimental vinculada a uma universidade.
As ocupações ocorrem em diversos estados, com maior incidência em Pernambuco, onde o movimento realizou uma série de ações coordenadas no último final de semana. Entre os alvos, estão usinas de cana-de-açúcar, fazendas de médio e grande porte e áreas em processo de desapropriação.
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) emitiu nota afirmando que monitora a situação com “máxima atenção” e expressou preocupação com o cenário de insegurança jurídica no campo. “A ameaça à segurança jurídica compromete a produção agropecuária nacional e coloca em risco a integridade física e patrimonial dos produtores e de suas famílias”, declarou a entidade, que atribui o aumento das invasões à “postura permissiva do governo federal diante das pressões políticas exercidas por esses movimentos”.
Além de Pernambuco, há registros de ocupações nos estados do Pará, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Sergipe, Goiás, Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. A expectativa do MST é manter a mobilização até 17 de abril, data que marca o Massacre de Eldorado dos Carajás (PA), ocorrido em 1996.
A escalada nas ações preocupa produtores rurais e investidores, principalmente em regiões com histórico de conflitos fundiários. Representantes do setor temem que a instabilidade afete o desempenho produtivo em um momento estratégico para a agropecuária nacional.
Com informações do Jornal do Agro