Foto: Reprodução/ASCPOM-CMJP

 A sessão especial foi proposta pela vereadora Eliza Virgínia (PP)

O Dia Municipal do Conservadorismo (10 de março) foi celebrado no plenário da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), na manhã desta sexta-feira (14). A sessão especial foi proposta pela vereadora Eliza Virgínia (PP), autora da lei que instituiu a data celebrativa no calendário oficial da Capital paraibana. Líderes religiosos e diversos representantes de instituições e movimentos ligados à corrente de pensamento prestigiaram a celebração.

Eliza Virgínia revelou que esteve ocupada, nos últimos oito dias, reagindo à denúncia feita ao Ministério Público (MP) por incitação ao ódio e discriminação em postagens em suas redes sociais, pela qual poderá pegar até 30 anos de reclusão. “Querem nos calar e puxar nosso tapete. A estratégia da ultra-esquerda é tentar atrasar nossos passos através de judicialização, por defendermos o que acreditamos. Instituí este dia para fomentar a juventude e a sociedade a refletirem sobre a necessidade de preservação dos conservadores, com militância inteligente. Estamos aqui para conscientizar toda a sociedade sobre a necessidade do conservadorismo se aliar e se fortalecer. Vamos fazer desta manhã um fato histórico, para incentivar a juventude a não desistir de conservar nossos valores”, discursou.

O vereador Fábio Lopes (PL) destacou a importância de ocupar espaços e ter planos de ação: “Vejo aqui empresários, professores, pastores. O que de fato nós queremos como meios de ação? Temos que concatenar, saber quem somos e onde estamos inseridos”. Para o parlamentar, o movimento político é formado por cinco eixos principais: ser um militante, integrar um grande quadro como servidor, ser um líder, um grande intelectual e um agente de influência. “É esse grupo de pessoas que forma a força política, que faz um grande movimento”, avaliou.

“Estamos aqui, neste dia, porque acreditamos em algo muito maior do que nós mesmos. Acreditamos na nossa liberdade, de agir, de falar e de estar aqui hoje. Essa liberdade jamais pode ser negociada. Hoje, ela está sob ataque, de forma velada. São perseguições reais a homens e mulheres que lutam pelo bem do nosso país. Patriotas são perseguidos por darem sua opinião. Quando foi que defender a liberdade virou crime? A liberdade é nossa essência, nossa bandeira e nosso destino. Enquanto tivermos voz, essa liberdade vai ser defendida com unhas e dentes”, asseverou Fábio Lopes.

O vereador Tarcísio Jardim (PP) ressaltou que é preciso haver estratégia política para ocupar os espaços e evitar que a esquerda se alastre. Ele também defendeu o respeito às diversas vertentes que podem existir dentro de uma ideologia. “Temos que nos unir. Se não nos erguemos virtualmente, como vamos fazer presencialmente. Ao contrário de nós, a esquerda se une até mesmo dentro das suas diferenças. Estou aqui, hoje, para alertar que estamos nesta guerra assimétrica. Temos que ter controle para nos infiltrar e nos fortalecer. Se você for ponderado, pode ser crucificado pela direita. Vamos nos unir, pois nosso adversário é a esquerda. Pequenas divergências e discordâncias não nos tornam inimigos, pois defendemos a mesma ideologia”, arguiu.

O advogado e professor de Direito da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Ricardo Sérvulo, expôs um panorama histórico sobre a luta pela liberdade de expressão. Ele também falou sobre a importância do respeito às diferenças. “A beleza da vida está em não sermos iguais e no respeito das pessoas poderem falar. Convivamos com essa harmonia e diferença. As pessoas precisam se respeitar, nada mais do que isso. Nós fomos criados dentro de um dogma para acreditarmos que ser de direita e ser conservador é algo repugnante. Ser conservador é primar por valores éticos, morais. Não conheço uma sociedade que seja próspera que não tenha uma disciplina. Democracia não é o direito de poder andar nu no meio da rua. Democracia tem regras e a regra básica é o direito de pensar, cuja materialização é o direito de falar”, defendeu.

A representante do Fórum Brasil Mulher, Michele Farina, revelou que nunca pensou em entrar para a política partidária, mas sentiu a necessidade de defender a base da família. “Sempre fui conservadora, por preservar a base da minha família. Vendo tudo que vem acontecendo, tive que me envolver. A mulher conservadora começou a despertar para sua importância na política, complementando as ações masculinas com o olhar do cuidado. Precisamos de mulheres conservadoras fazendo política pública para conter as feministas, que abortam. Conservar é preservar a base judaico-cristã, o que se ama, a família e os conceitos morais”, defendeu. Ao final de seu discurso, Michele Farina convidou a população para participar do evento em favor da anistia, que vai acontecer no próximo domingo (16), no Busto de Tamandaré, na praia de Tambaú.

O sargento Joelson Lima, presidente do Clube Militar da Paraíba, esclareceu: “O conservadorismo está sempre ligado à manutenção das suas tradições, da sua cultura. Ser conservador é ser defensor da sua pátria, ser um nacionalista, é ser também uma ‘manta do Criador’, um servo fiel de Deus. Então, ser cristão é muito importante para se consolidar como um conservador. Todavia, os ateus têm todo direito de serem conservadores também. Isso mostra que esses valores têm dado base para a evolução da sociedade humana. Nós, hoje, somos defensores da pátria, família e Deus, porque a Palavra nos induz a isso”. O sargento ressaltou que os ensinamentos devem ser repassados às próximas gerações: “Precisamos incentivar nossas crianças, ensinar nossos netos e filhos o caminho da verdade. Temos que dar apoio à educação dos nossos filhos, defender o progresso moral e ético”.

O conservadorismo

De acordo com a justificativa da Lei que criou o Dia Municipal do Conservadorismo, “o conservadorismo é uma corrente de pensamento político que defende a valorização e conservação de instituições sociais, conceitos e princípios morais que já estão determinados em uma sociedade. Em resumo, as ideias do pensamento conservador são baseadas em valores relacionados à família tradicional, a princípios morais já definidos, à religião e à conservação de uma determinada ordem social. O conservadorismo deseja garantir a preservação de instituições e formações sociais e familiares tradicionais”.

Com informações da ASCOM/CMJP