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O valor do café moído segue em alta no Brasil. Nos últimos 12 meses, até janeiro, o preço do produto acumulou um aumento de 50,35%, de acordo com dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados nesta terça-feira (11). Somente em janeiro, a bebida ficou 8,56% mais cara em relação a dezembro de 2024.
A previsão é que o custo do café continue a subir nos próximos meses. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), o produto pode ter um reajuste de até 25% até abril nos supermercados. Em dezembro de 2024, um pacote de 1 kg do café tradicional era encontrado por R$ 48,90.
Inflação afeta mais o café vendido no varejo
O aumento do preço do café tem sido mais acentuado nos pacotes vendidos nos supermercados do que na bebida servida em bares e restaurantes. Em janeiro, o “cafezinho” consumido fora de casa subiu 2,71%, totalizando uma inflação de 10,49% nos últimos 12 meses — percentual inferior ao registrado no café moído.
De acordo com José Eduardo Camargo, da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), o setor tem buscado alternativas para evitar repassar aumentos aos clientes. “Nos estabelecimentos, há uma grande variedade de tipos de café, o que permite aos empresários ajustarem os custos sem elevar tanto os preços”, explica.
Fatores que impulsionam o aumento do preço
Especialistas apontam que diversos fatores têm pressionado o preço do café, incluindo condições climáticas adversas, aumento dos custos logísticos e crescimento da demanda global.
No Brasil, o calor intenso e a seca prolongada comprometeram a produção do grão. Segundo Cesar Castro Alves, da Consultoria Agro do Itaú BBA, a planta sofreu estresse hídrico e precisou abortar frutos para sobreviver. A técnica de “esqueletamento”, adotada por alguns produtores para revitalizar os cafezais, também reduziu a colheita deste ano.
Outro fator que elevou os custos foi o aumento das despesas com logística. As tensões no Oriente Médio, que impactaram o transporte marítimo, encareceram o frete e dificultaram as exportações. Além disso, a crescente demanda por café no mercado internacional, especialmente na China, tem influenciado na oferta e nos preços internos.
Perspectivas para o futuro
As previsões indicam que o preço do café deve permanecer elevado ao longo de 2024. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que a safra de 2025 será 4,4% menor do que a de 2024, o que pode manter os valores altos. No entanto, uma colheita mais robusta em 2026 poderia trazer alívio ao mercado e ao bolso do consumidor.
Para mitigar os impactos da alta, algumas indústrias estudam oferecer embalagens menores, com menor quantidade de produto, como alternativa para reduzir o custo ao consumidor final.
Até lá, a recomendação dos especialistas é que os consumidores fiquem atentos às variações de preço e busquem oportunidades de compra mais vantajosas.
Com informações do Jornal do Agro