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Diferentemente de seu antecessor, Rodrigo Pacheco, novo presidente da Casa tem maior proximidade com a oposição; durante seu primeiro mandato, ele consolidou poder do Congresso sobre o Orçamento
O senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) foi eleito presidente do Senado neste sábado (1º) com 73 votos dos 81 votos, reassumindo o comando da Casa quatro anos após deixar o cargo. O seu novo mandato contemplará o biênio 2025-2027. Eduardo Girão (Novo) e Astronauta Marcos Pontes (PL), adversários do parlamentar do União no pleito, tiveram quatro votos cada um. A vitória de Alcolumbre representa uma mudança significativa na relação com o Palácio do Planalto, já que, diferentemente de seu antecessor, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o novo mandachuva do Senado tem maior proximidade com a oposição, o que pode dificultar a tramitação de pautas de interesse do governo Lula.
A nova configuração política do Senado já dá sinais de que a oposição ganhará mais espaço. O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, terá a vice-presidência da Casa e comandará a Comissão de Segurança Pública, que será presidida por Flávio Bolsonaro (PL-RJ). A medida reflete o compromisso de Alcolumbre com um equilíbrio entre governistas e oposicionistas, mas também impõe desafios à articulação do governo no Congresso.
Sua ascensão ao cargo contou com amplo apoio, reunindo dez partidos que somam 76 senadores. A estratégia foi marcada por alianças pragmáticas: mesmo com um histórico de colaboração com o governo Bolsonaro, recebeu respaldo do PL e do PSD, além do Republicanos. Essa ampla coalizão indica que sua gestão pode ser menos alinhada automaticamente ao governo, reforçando um perfil mais independente.
No cargo, Alcolumbre terá de equilibrar as demandas da oposição e do governo. Senadores governistas esperam que ele impeça iniciativas que possam comprometer o equilíbrio fiscal, enquanto oposicionistas aguardam o avanço de projetos como a anistia aos condenados pelos atos de 8 de Janeiro. O sucessor de Pacheco também deverá administrar as tensões em torno da execução de emendas parlamentares, um tema que recentemente gerou atritos entre o Congresso e o Supremo Tribunal Federal.