Em meio à crise gerada por sua questionada reeleição, Maduro havia decretado em setembro o início antecipado do Natal, a partir de 1º de outubro

Opositores venezuelanos se manifestaram neste domingo (1º) pela libertação dos “presos políticos”, a maioria detidos durante os protestos que ocorreram após a polêmica reeleição do presidente Nicolás Maduro, que, paralelamente, liderou um evento “em defesa do Natal”.

“Estou cansada de viver em um país com tanta ditadura, quero ter liberdade”, disse uma manifestante que pediu para não revelar seu nome, temendo ser presa. Ela vive no bairro 23 de Enero, um reduto chavista controlado por grupos aliados ao governo.

A proclamação de Maduro gerou protestos que deixaram 28 mortos e quase 200 feridos na Venezuela. “Acho que a situação chegou ao limite”, disse durante o protesto uma mulher que se identificou como María Cecilia Pérez, embora admitisse que não era seu nome verdadeiro.

“Internacionalmente, precisam agir”, continuou, escondendo o rosto com uma máscara marcada com batom vermelho, símbolo adotado pela oposição para representar o sangue das vítimas dos protestos pós-eleitorais.

Protestos semelhantes ocorreram em outras cidades ao redor do mundo, como Bogotá, Buenos Aires, Washington, Madri e até Tóquio.

Em um ato paralelo, Maduro ironizou o uso do batom vermelho: “As pessoas tóxicas que pintam a boca de vermelho em vez de saírem para festejar… Devemos pintar nossas bocas de vermelho? O único que temos bem pintado de vermelho é o coração bolivariano e chavista”.

“Dezembro começou em paz e assim deve continuar”, afirmou o presidente, que já é investigado pelo TPI devido à repressão aos protestos antigovernamentais de 2017, que deixaram 125 mortos. Maduro descreveu a Venezuela como “o país da alegria”.

“Senhora tóxica”, disse ele em referência a Machado, “se você não pode parar de odiar e deixar a Venezuela seguir seu caminho de recuperação e prosperidade, pelo menos não cause mais danos. Basta!”

*Com informações da AFP