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Como já havia antecipado o Conexão Política, o mercado da pecuária de corte, responsável pelo fornecimento de carne bovina, está passando por um momento que vai pesar no bolso do consumidor brasileiro. No campo, a escassez de bovinos prontos para o abate tem diminuído a oferta de animais para os frigoríficos, enquanto as exportações estão em alta, resultando em um aumento nos preços. Nesta semana, a arroba do boi, unidade padrão para calcular o preço da carne, atingiu R$ 318, o maior valor do ano.
Para contextualizar, em março de 2022, a arroba chegou ao pico de R$ 352,05, enquanto no ano passado, com uma oferta maior de gado, o preço caiu para R$ 196,35. Agora, com o valor em R$ 318,30, os pecuaristas estão se beneficiando da alta, vendendo seus bois a preços mais altos, mas os consumidores, por outro lado, enfrentarão preços mais elevados na carne no varejo.
Segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA), em setembro, o preço médio da carne bovina para o consumidor era de R$ 37,58. Para efeito de comparação, a carne suína estava em R$ 24,37 e a de frango em R$ 25,43. Diante do aumento nos custos, muitos consumidores podem optar por outras fontes de proteína. A tendência de alta nos preços da carne deve continuar no Brasil pelo menos até dezembro. Isso, claro, se o aumento do poder de compra, impulsionado pelo décimo terceiro salário e pelas festas de fim de ano, aquecer o mercado.
Outro fator que contribui para a pressão sobre os preços é o aumento nas exportações brasileiras de carne bovina, que neste mês de outubro atingiram uma média de 236,2 mil toneladas, representando um crescimento de 40,2% em relação ao mesmo período do ano passado. A arroba do boi, uma medida de origem árabe, é amplamente utilizada para medir o peso da carcaça do gado, considerando apenas carne e ossos, excluindo outros componentes como sangue e couro. Em geral, esse valor corresponde a cerca da metade do peso vivo do animal, já que aproximadamente 52% do peso bruto é aproveitado nos bois e 50% nas vacas adultas. O valor da arroba pode variar entre as diferentes regiões do Brasil, conhecidas como praças, como Araçatuba, Barretos e Campo Grande, sendo São Paulo a referência para a precificação dos contratos na bolsa de valores.