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O segundo turno das eleições municipais, neste domingo, conta com 16 deputados federais na disputa. No primeiro turno, seis foram eleitos para o cargo de prefeito. Dentre os que ainda se encontram no páreo, oito concorrem pelo controle de capitais. Um deles, Guilherme Boulos (Psol-SP), disputa a prefeitura da maior cidade do país, São Paulo.
Em Natal, são dois deputados federais na disputa nesse segundo turno – Natália Bonavides (PT-RN) e Paulinho Freire (União-RN).
Ao todo, nesta eleição, 74 deputados federais tentaram a sorte na busca pelo comando de alguma prefeitura. Esse número de deputados candidatos a prefeito é bem maior que o observado nas eleições de 2020, quando havia 59 na disputa.
Segundo o cientista político Lucas Aragão, existem muitos incentivos para um deputado se candidatar a um cargo no Executivo. Um deles é a exposição que o político consegue durante a campanha.
“Um deputado, uma deputada federal não precisa se desincompatibilizar do cargo de deputado para se lançar candidato a prefeito. Então isso pode gerar uma exposição na imprensa, nas redes sociais, entre os eleitores, da forma que esse candidato se mostra mais conhecido do seu público, dos seus eleitores.”
Lucas Aragão acrescenta que, com o nome mais popular junto aos eleitores, o deputado pode ter maior facilidade para concorrer a outros cargos no futuro, como de governador ou senador.
Ao concorrer em uma eleição municipal, o cientista político ressalta que o deputado também fortalece sua base local de eleitores e apoiadores. Quando o político consegue o comando de uma capital ou cidade de médio ou grande porte, Lucas Aragão destaca também a influência que ele passa a exercer nas cidades do entorno, o que fortalece o seu nome para próximas disputas.
Já o coordenador da pós-graduação em Ciência Política da Universidade de Brasília, André Borges, afirma que, tradicionalmente, os cargos do Executivo – presidente da República, governadores e prefeitos – são mais valorizados no Brasil. O pesquisador destaca que, principalmente nas grandes cidades, o titular do executivo tem mais poder e maior capacidade de influenciar as políticas públicas que os deputados e senadores.
Borges também defende que essa tendência de que deputados busquem cargos no Executivo tem a ver com as carreiras políticas no Brasil.
“Muitas vezes o parlamentar, ele começa ali, o seu primeiro mandato, às vezes ele se reelege, mas dificilmente alguém vai ser deputado a vida inteira, aqui no Brasil a gente tem uma carreira mais em zig zag, que é esse movimento, o deputado, ele passa um tempo aqui em Brasília como o deputado, da a pouco ele se elege prefeito, ou ele é nomeado secretário no seu estado de origem, e eu acho que esse movimento dos parlamentares tem um pouco a ver com isso.”
Além de Guilherme Boulos, Natália Bonavides e Paulinho Freire, outros cinco deputados federais disputam segundo turno em capitais. Quatro deles são do PL – Abilio Brunini (PL-MT), em Cuiabá, Mato Grosso; André Fernandes (PL-CE) em Fortaleza, Ceará; Capitão Alberto Neto (PL-AM), em Manaus, Amazonas; e Delegado Éder Mauro (PL-PA), em Belém, no Pará. Maria do Rosário (PT-RS) concorre em Porto Alegre, Rio Grande do Sul.
No primeiro turno, dos seis deputados eleitos, o mais votado, proporcionalmente, foi Washington Quaquá (PT-RJ), que recebeu 72,5% dos votos da cidade de Maricá, no Rio de Janeiro.
Com infoprmaççeos da Rádio Câmara, de Brasília, Maria Neves