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A decisão, anunciada antes do encontro entre os líderes asiáticos na reunião do Brics, estabelece diretrizes para o patrulhamento nas áreas da linha de controle real
Após um período de quatro anos marcado por tensões, China e Índia anunciaram um acordo que visa resolver a disputa na fronteira da região do Himalaia. A informação foi divulgada por Vikram Misri, um funcionário da chancelaria indiana, e ocorre em um momento estratégico, antes do encontro entre os líderes Narendra Modi e Xi Jinping durante a reunião do Brics, que acontece em Kazan, na Rússia. O novo acordo estabelece diretrizes para o patrulhamento nas áreas da linha de controle real, que delineia parte da extensa fronteira de 3.488 km entre os dois países.
A última crise significativa entre as nações ocorreu em 2020, resultando na morte de 20 soldados indianos e 4 chineses, um episódio que intensificou as hostilidades. A cúpula em Kazan representa a 16ª reunião do Brics, que agora conta com a participação de novos membros, incluindo Irã, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Egito. Embora haja expectativas de que Modi e Jinping se encontrem individualmente, essa informação ainda não foi confirmada oficialmente. A Índia, com sua população jovem e crescente, busca afirmar sua posição no cenário global, sendo também uma potência nuclear.
Apesar de não ter se manifestado contra a invasão russa da Ucrânia, o país mantém laços com os Estados Unidos no contexto do grupo anti-China conhecido como Quad. O chanceler brasileiro, Mauro Vieira, estará presente na cúpula representando o presidente Lula, onde a discussão sobre a inclusão de novos países parceiros será um dos temas centrais. A rivalidade entre Índia e China tem repercussões significativas no comércio, com diversos projetos chineses suspensos na Índia e um déficit comercial indiano com a China que chega a US$ 85 bilhões anualmente.
Com informações da AFP