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As eleições deste ano são municipais, mas os resultados alteram também a composição da Câmara dos Deputados: 11 deputados foram eleitos para o cargo de prefeito e, por isso, devem deixar o mandato parlamentar.
Ao todo, 82 deputados se candidataram a cargos nas eleições deste ano – 73 para prefeito, dois para vice-prefeito e sete para vereador.
No segundo turno das eleições municipais, 16 deputados federais estavam na disputa; oito buscavam o controle de capitais, como o deputado Guilherme Boulos (Psol-SP), que tentou a Prefeitura da maior cidade do País, São Paulo, mas foi derrotado pelo atual prefeito, Ricardo Nunes, do MDB.
Em Natal, no Rio Grande do Norte, dois deputados federais se enfrentaram no segundo turno: Natália Bonavides (PT-RN) e Paulinho Freire (União-RN).
Paulinho Freire, que tinha o apoio do atual prefeito, Álvaro Dias, disse que pretende continuar o trabalho de seu antecessor.
“Prevaleceu a consciência do povo; estou muito feliz, vamos comemorar pra que a partir de amanhã, descer do palanque, arriar as bandeiras e governar pra todo a cidade de Natal”.
Entre os apoiadores de Natália Bonavides, o clima era de conquista também, considerando positiva a trajetória da candidata nas eleições.
“Estou muito orgulhosa do que a gente construiu. A história é nossa e o povo que escreve”.
Em Ribeirão Preto, no estado de São Paulo, o deputado Ricardo Silva (PSD-SP) falou da responsabilidade em assumir a prefeitura após uma eleição muito acirrada. A diferença para o segundo colocado foi de apenas 687 votos.
“Essa vitória dá o recado da cidade de Ribeirão Preto. Eu tenho a obrigação agora de fazer o melhor governo da história dessa cidade. É esse recado que as urnas nos deram”.
Entre os deputados eleitos prefeitos neste segundo turno estão Abilio Brunini (PL-MT), em Cuiabá (MT), Márcio Correa (GO), em Anápolis (GO), e Naumi Amorim (PSD-CE), em Caucaia (CE).
Para o consultor legislativo do Senado Rafael Silveira, as eleições municipais dizem muito sobre a correlação de forças da política nacional.
“Alguns senadores e alguns deputados fortaleceram suas posições, outros já não tiveram esse protagonismo na sua determinação, na sua colocação como força política. É interessante a gente verificar que o cenário municipal não apenas confirmou isso, ele mostrou que é possível haver algumas possibilidades de alternância de poder”.
Neste ano, 51 municípios tiveram segundo turno; entre eles, 15 capitais. Só existe a possibilidade de segundo turno nos municípios com mais de 200 mil eleitores. Atualmente, existem 104 municípios com essa característica.
A votação terminou às 17 horas, no horário de Brasília, e, apenas meia hora depois, os primeiros resultados já eram conhecidos, como a definição da prefeitura de Belém, a capital do Pará. Para a presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministra Cármen Lúcia, as eleições transcorreram da melhor forma para a democracia: com monotonia, ou seja, sem problemas graves.
“Essa eleição dá demonstração de que clima de violência, intolerância, as desinformações como foram, tentando recriar, inventar, fraudar dados para compelir eleitoras e eleitores é algo fora do comum, fora da regularidade democrática. Um processo eleitoral exemplar, um eleitorado brasileiro que se conforma de maneira exemplar, quando tem diante de si a certeza de que as instituições estão funcionando, que os direitos estão para ser exercidos, e que a democracia é espaço em que todos podem conviver e devem conviver”.
Mais de 33 milhões de brasileiros estavam aptos a votar; mas, segundo a Justiça eleitoral, apenas 23 ocorrências foram registradas.
Com informaçõe da Rádio Câmara, de Brasília, Verônica Lima