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Foco principal foi a posse do novo ministro do Interior, Bruno Retailleau, conhecido por suas posições conservadoras em questões sociais e de imigração

Os novos ministros do governo da França tomaram posse nesta segunda-feira (23), dois dias após a nomeação, em meio a uma grande incerteza sobre a duração do mandato devido à ausência de uma maioria parlamentar clara. Composto principalmente por integrantes do partido do presidente Emmanuel Macron, segundo colocado nas últimas eleições legislativas, e do tradicional partido conservador Os Republicanos, quarto colocado, o governo liderado por Michel Barnier realizou uma reunião informal antes de cada um deles, 38 no total, ocupar seus novos cargos. Um Conselho de Ministros será realizado nesta tarde. O foco principal foi a posse do novo ministro do Interior, Bruno Retailleau, conhecido por suas posições conservadoras em questões sociais e de imigração, que, diante do antecessor, Gérald Darmanin, garantiu que sua prioridade será “restabelecer a ordem”.

Barnier pediu aos novos ministros que “ajam antes de comunicar” e que o façam “com humildade e acima de qualquer suspeita”, ao mesmo tempo em que destacou que seu governo será “progressista e europeu”. O ex-negociador da União Europeia para o Brexit, de 73 anos, montou um governo sem rostos conhecidos para tentar romper o impasse resultante das últimas eleições legislativas, nas quais nenhum partido obteve uma maioria clara. Macron, cujo mandato expira em 2027 e que é constitucionalmente impedido de dissolver as câmaras dentro de um ano, depositou sua confiança nesse político veterano que passou grande parte da carreira em Bruxelas e é conhecido por sua disposição para negociar.

Ameaçado pela esquerda, muito ignorada na repartição ministerial, o novo governo depende da extrema direita, terceira colocada nas eleições legislativas, que pode pressionar por uma moção de censura que levaria ao fim do Executivo. O vice-presidente do grupo de Marine Le Pen, Sébastian Chenu, disse na segunda-feira que há a intenção de “influenciar” o novo governo a partir de seu poder de bloqueio na Assembleia Nacional. No entanto, avisou que não planeja apresentar uma moção de censura antes que o novo governo apresente seus orçamentos gerais do Estado, que ficará “vigilante” e exigirá resultados sobre as questões de “segurança, imigração e poder de compra”, os eixos da campanha de Le Pen.

*Com informações da EFE