Foto: Reprodução/Internet
A cada 90 segundos uma pessoa morre por problemas cardiovasculares no Brasil. Doenças do coração são a principal causa de morte no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde. Esse tipo de doença representa quase 4 entre 10 doenças crônicas não transmissíveis que provocam mortes prematuras.
No Brasil, são quase 400 mil mortes por ano. Além do Setembro Amarelo, que lembra a prevenção e tratamento de doenças mentais, o Setembro Vermelho ocupa espaço no mês para lembrar a necessidade de prevenir doenças cardíacas, algo que pode ser feito por medidas simples na rotina de vida.
A Câmara promoveu uma ação de conscientização para o Setembro Vermelho e uma sessão solene para lembrar a importância da prevenção. O cardiologista Maurício Prudente fez uma comparação com a mortalidade da covid-19 durante a pandemia para chamar atenção para o problema:
“Nos dois anos de auge da covid, somamos aproximadamente 600 mil mortos. A doença cardiovascular mata 400 mil pessoas por ano, ou seja, muito mais do que a covid, e nem por isso causa tanta comoção e continua matando”.
Além do elevado número de mortes, o médico lembra que há também os impactos das doenças cardiovasculares, que deixam pessoas inválidas, com sequelas, problemas que envolvem toda a família. Ele defende a implantação de políticas públicas para que o país consiga dar conta da quantidade de pessoas que entrarão no sistema de saúde precisando de cuidados. Daqui a 30 anos o Brasil vai ter a mesma população idosa do Japão atualmente.
“O que nós precisamos fazer agora são as políticas de acesso da população a esses cuidados. Há o diagnóstico precoce e há o tratamento mais precoce. Quanto mais precoce o tratamento, maior a efetividade e menor o custo. Então eu acho que a discussão do momento é como garantir esse acesso da população a consulta com o cardiologista e aos exames complementares, porque também não adianta consultar o médico e não dar sequência nisso.”
Algumas dicas para manter a saúde cardíaca em dia são alimentação saudável, evitar alimentos ultraprocessados e optar por frutas, verduras, legumes, carnes magras, óleos naturais e sementes, controlar o estresse, e evitar o fumo. Andrea Bento, do Colabore com o Futuro, participou da ação na Câmara e fez uma enquete com quem estava passando sobre o que faria para se prevenir.
“E ouvimos muito hoje: eu deixaria de comer açúcar, eu deixaria de fumar, eu deixaria de beber, eu faria mais exercícios, então tudo isso é importante para você cuidar do seu coração. Então a gente aproveitou esse mês de setembro e a gente vai continuar com essa campanha até o final de setembro.”
A escolha do mês de setembro se deve ao fato de que 29 de setembro é o Dia Mundial do Coração. Chamar atenção para o problema é importante porque as políticas nacionais de controle de doenças crônicas têm metas que costumam tratar da redução da obesidade, tabagismo, uso de álcool e atividade física e alimentação saudável, mas a alta taxa de colesterol, detectada em exame de sangue, é o principal risco para doenças arteroscerlótica. Para quem já tem doenças cardiovasculares ou tem alto risco por presença de fatores de risco como hipertensão ou diabetes, é fundamental o diagnóstico e tratamento precoce. O deputado Zacharias Calil, do União de Goiás, que propôs a sessão solene, lembra que prevenir é o melhor caminho, e isso precisa ser feito desde a infância.
“A partir do momento em que você começa a prevenir, indo ao médico regularmente, fazer seus exames regularmente, melhorar sua alimentação, o esporte é muito importante. Tudo dentro de um contexto. E onde temos que começar? Na base. Onde é a base? Na primeira infância, principalmente nas escolas, você ter uma alimentação saúdável, evitar açúcares, alimentos processados, ultraprocessados, e ter uma alimentação balanceada e a primeira infância é o local disso.”
Com informações da Rádio Câmara, de Brasília, Luiz Cláudio Canuto