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A Comissão de Trabalho da Câmara discutiu (12) a falta de um piso salarial para os farmacêuticos de Brasília desde 2017, quando foi questionada a convenção coletiva que estava em vigor. Os profissionais reclamam de salários inferiores a R$ 1,5 mil em comparação a mais de R$ 5 mil quando havia o acordo com os patrões.
Erivan Araújo, do Sincofarma, disse que as farmácias têm 70% dos preços de medicamentos controlados pelo governo. Ele disse ainda que o lucro líquido médio das farmácias independentes, que seriam mais de 82% do total, é de pouco mais de R$ 4 mil por mês:
“Quando a gente fala de piso salarial, a preocupação nossa é o que vai acontecer com essas empresas que estão nessa média. Dentro de uma farmácia, a minoria é o farmacêutico. 80% dos que trabalham na farmácia não são farmacêuticos. Então, quando eu fecho essas duas mil farmácias, eu estou causando desemprego não apenas para 4 mil farmacêuticos.”
Fábio José Basílio, da Federação Nacional dos Farmacêuticos, disse que em Goiás o piso é de quase R$ 6 mil e o Piauí, que tem um custo de vida menor que o de Brasília, tem piso superior a R$ 5 mil definido em lei:
“Eu, como sindicalista, há mais de 20 anos sindicalista, quando ouço falar que salário vai quebrar a empresa, isso me causa asco e me causa repulsa. Porque não quebra a empresa. Isso é uma falsidade, isso é uma mentira muito grande. O que quebra empresa é má gestão.”
Para a deputada Erika Kokay (PT-DF), é “injustificável” que não exista um acordo com os trabalhadores há sete anos. Segundo ela, os relatos serão enviados ao Ministério Público do Trabalho:
“Uma negociação, ela é sempre fruto das relações de força e, muitas vezes, ela pressupõe disposição e vontade de negociar. Pressupõe respeito.”
Gilcilene Chaer, do Conselho Federal de Farmácia, disse que alguns farmacêuticos, além de receberem pouco, fazem outros serviços como limpeza e reposição de produtos. Outros problemas seriam uma jornada de trabalho excessiva e horários de descanso não respeitados. Ela apresentou ainda casos de remuneração variável por quantidade de vendas.
Durante a audiência, um farmacêutico disse que, por causa dos baixos salários, pediu demissão e começou a trabalhar como motorista de aplicativo.
Com informações da Rádio Câmara, de Brasília, Silvia Mugnatto