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Presidente da Ucrânia havia afirmado que não queria negociar com Moscou enquanto Vladimir Putin estivesse no poder; pesquisa indica que 44% dos ucranianos acreditam que é hora de negociar com os russos

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, se mostrou favorável nesta segunda-feira (15) à participação da Rússia em uma segunda cúpula de paz, depois de mais de dois anos de guerra entre os dois países. “Estabeleci a meta de que, em novembro, tenhamos um plano totalmente preparado” para organizar a cúpula, disse Zelensky nesta segunda, em uma coletiva de imprensa em Kiev, na qual, pela primeira vez, afirmou que deseja a participação de Moscou. “Acredito que os representantes russos deveriam participar desta segunda cúpula”, disse. O mandatário ucraniano não mencionou o fim das hostilidades, mas o estabelecimento de um plano sobre três temas: a segurança energética da Ucrânia — cuja infraestrutura foi devastada pelos bombardeios russos —, a livre navegação no mar Negro e a troca de prisioneiros. Essa é a primeira vez que Zelensky levanta a ideia de negociações com a Rússia sem a retirada prévia de suas tropas do território ucraniano. No passado, o presidente da Ucrânia havia afirmado que não queria negociar com Moscou enquanto Vladimir Putin estivesse no poder. Também chegou a firmar um decreto que tornava ilegais as negociações com a Rússia.

Dada a perda de iniciativa na frente de batalha, Kiev começou a levantar a possibilidade de apresentar a Moscou um plano de paz endossado pelo maior número possível de países da comunidade internacional para tentar acabar com a guerra com condições aceitáveis ​​para o lado ucraniano. A Rússia ainda ocupa cerca de 20% do território ucraniano e as perspectivas de um cessar-fogo, e mesmo de uma paz duradoura entre Kiev e Moscou, são mínimas nesta fase. No entanto, tudo aponta que as posições entre Kiev e Moscou são irreconciliáveis atualmente. A condição essencial para a Ucrânia antes de qualquer discussão de paz é a retirada total das forças russas em solo ucraniano, quase 700 mil soldados, segundo números apresentados por Putin.

*Com informações AFP e EFE