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Os embargos às exportações brasileiras de carne de frango como resultado do diagnóstico positivo de doença de Newcastle em uma ave comercial no Rio Grande do Sul afetariam cerca de 5% da produção total mensal da proteína e 15% das exportações do Brasil, segundo estimativa da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Até a tarde desta sexta-feira (19), o governo brasileiro havia embargado voluntariamente as exportações de todos os produtos avícolas do país para a China, Argentina, Peru e México. As exportações de produtos avícolas do Rio Grande do Sul também foram embargadas para outros destinos, incluindo a Arábia Saudita. No total, o Mapa estabeleceu restrições a exportações para mais de 40 destinos
O Brasil produz cerca 1,2 milhão de toneladas mensais de carne de frango, das quais 430 mil são exportadas, em média. Os embargos voluntários anunciados pelo Brasil até agora afetariam entre 50 mil e 60 mil toneladas mensais de carne de frango, que poderão ser redirecionadas para outros mercados, segundo a ABPA.
Quase 25 mil dessas 50 mil a 60 mil toneladas estimadas são pés e patas, que não são muito consumidas no Brasil e poderiam seguir para outros mercados como Vietnã e Filipinas. O presidente da ABPA, Ricardo Santin, disse que o Brasil também tem capacidade para armazenamento de produtos para clientes que já tinham contratos fechados.
Em 2023, o Brasil exportou um recorde de toneladas de carne de frango, gerando uma receita de aproximadamente US$ 9 bilhões. Este volume representa um crescimento em relação ao ano anterior. Também consolidou o país como o maior exportador mundial de carne de frango, com a produção direcionada a mais de 150 países, com destaque para mercados na Ásia, Oriente Médio e América Latina.
No início de 2024, os dados indicam a continuidade do forte desempenho das exportações de carne de frango. Nos primeiros meses do ano, os números mostram que o setor mantém uma trajetória de crescimento, seguindo as tendências observadas no ano anterior. Esse aumento é impulsionado pela demanda crescente em mercados internacionais e pela competitividade dos preços brasileiros no cenário global.
A exportação de carne de frango é crucial para a economia brasileira, contribuindo significativamente para a balança comercial do país. A importância desse setor para a economia brasileira é evidente não apenas pelo volume exportado, mas também pelo impacto econômico significativo em termos de receita gerada e empregos mantidos no setor agrícola.
Os dados mostram que o setor avícola não apenas gera empregos, mas também estimula a produção agrícola, uma vez que a criação de aves depende de insumos como milho e soja, que são amplamente cultivados no Brasil.
Além disso, a carne de frango é uma fonte importante de proteína para muitos países. A capacidade do Brasil de atender a essa demanda reforça sua posição como um líder no agronegócio global.
Suspensão preventiva
O Rio Grande do Sul é o terceiro maior exportador de carne de frango do Brasil, atrás do Paraná e de Santa Catarina. Nos primeiros seis meses do ano, o estado exportou 354 mil toneladas, gerando uma receita de US$ 630 milhões. Essas exportações representaram 13,82% dos US$ 4,55 bilhões gerados pelo país e 14,1% das 2,52 milhões de toneladas exportadas pelo Brasil no mesmo período.
No primeiro semestre, os principais destinos da carne de frango gaúcha foram os Emirados Árabes Unidos (48 mil toneladas – US$ 94 milhões). Em segundo lugar, Arábia Saudita (39 mil toneladas – US$ 77 milhões). Em terceiro lugar China (32 mil toneladas – US$ 52 milhões). Depois vem o Japão (20 mil toneladas – US$ 43 milhões).
Com informações do Jornal do Agro