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Grupos de legisladores afro-americanos e hispânicos, além de progressistas como Alexandra Ocasio-Cortez manifestaram que estão ao lado do presidente na corrida eleitoral americana
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, recebeu apoio de congressistas democratas importantes nesta terça-feira (9), mas o partido ainda enfrenta divisões internas sobre sua candidatura para as eleições de novembro. O líder da minoria democrata na Câmara dos Representantes, Hakeem Jeffries, se reuniu com colegas preocupados após o debate com o ex-presidente Donald Trump, no qual Biden demonstrou sinais de confusão. Um congressista, sob condição de anonimato, descreveu a reunião como “intensa”, com um sentimento quase unânime de que ele deveria abrir espaço para outro candidato. No entanto, na reunião plenária do partido, vários parlamentares expressaram apoio ao presidente. Jerry Nadler, democrata de alta patente no Comitê Judiciário da Câmara, declarou seu apoio a Biden, apesar de anteriormente ter sugerido que o presidente deveria ceder seu lugar. “Ele disse que vai continuar na corrida, ele é nosso candidato e todos vamos apoiá-lo”, afirmou Nadler.
A porta-voz de Biden, Karine Jean-Pierre, afirmou que o presidente está comprometido a cumprir um segundo mandato completo se reeleito. Ele recebeu apoio de grupos de legisladores afro-americanos e hispânicos, além de progressistas como Alexandra Ocasio-Cortez. “No momento, o presidente Biden é o candidato e apoiamos o candidato democrata que derrotará Donald Trump”, declarou Peter Aguilar, congressista democrata. Os senadores democratas também debateram a candidatura de Biden nesta terça-feira. Até agora, a maioria dos democratas apoia publicamente o presidente, mas o partido continua dividido após o debate assistido por cerca de 51 milhões de americanos.
A crise interna ocorre a menos de quatro meses das eleições. “Não acho que já estive em um ambiente político mais complicado em minha vida”, afirmou o senador John Hickenlooper. Biden reafirmou na segunda-feira que permanecerá na corrida e desafiou os democratas insatisfeitos a se candidatarem durante a convenção do partido em agosto. Ele atribuiu seu mau desempenho no debate a uma “má noite” causada por um resfriado e jet lag de viagens internacionais. A Casa Branca interveio, com seu médico pessoal afirmando que Biden foi examinado por um especialista em doença de Parkinson apenas como parte de exames neurológicos de rotina.
Biden fará um discurso aos líderes da Otan em Washington às 17h locais (18h de Brasília), que será observado atentamente tanto nacionalmente quanto por aliados internacionais. O conselho editorial do jornal “The New York Times” argumentou que os democratas precisam dizer ao presidente a verdade sobre sua candidatura. “Eles precisam dizer que seu desafio ameaça dar a vitória a Trump e que ele está se ridicularizando e colocando em perigo seu legado”, insistiu o editorial. Biden está atrás nas pesquisas, e a mídia se concentra em suas fraquezas, enquanto Trump, alvo de condenações judiciais, ainda enfrenta vários processos. Trump declarou à Fox News que acredita que Biden resistirá à pressão e permanecerá na corrida. “Ele tem um ego e não quer desistir”, considerou o ex-presidente.
*Com informações da AFP