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Foto: Reprodução/Internet

Eurípedes Júnior é investigado por suspeita de organização criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação de recursos destinados ao financiamento eleitoral

A investigação da Polícia Federal aponta que Eurípedes Júnior, ex-presidente do Pros e atual chefe do Solidariedade, usou empresas de fachada no esquema que teria desviado R$ 36 milhões do fundo partidário.

A PF apura os supostos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, furto qualificado, apropriação indébita, falsidade ideológica e apropriação de recursos destinados ao financiamento eleitoral.

O inquérito mostra que relatórios de inteligência financeira (RIFs) analisados indicaram movimentações suspeitas realizadas por possíveis empresas de fachada, a maioria delas em que Júnior já figurou como sócio.

Considerado foragido

Com um mandado de prisão preventiva pendente desde quarta-feira, ele é considerado foragido. A defesa ainda não se manifestou.

Entre as firmas suspeitas de envolvimento nos crimes, estão consultorias, agência de viagens e até uma autoescola.

“Dentre oito empresas investigadas, apenas duas apresentaram efetiva atividade empresarial, porém com indícios de lavagem de dinheiro. Quanto ao restante das pessoas jurídicas foi constatado que nunca produziram ou circularam bens ou serviços, tanto que não possuem funcionários registrados e nem mesmo bens para o desenvolvimento de suas atividades econômicas. Algumas possuem o mesmo endereço como sede, quando não, a residência do próprio líder da organização criminosa”, destaca a PF, em relatório encaminhado à Justiça Eleitoral do Distrito Federal.

No documento, os investigadores mencionam também uma empresa supostamente especializada em marketing, que teria recebido, no total, cerca de R$ 1 milhão do PROES, sem apresentar “capacidade operacional” para o serviço contratado.

Segundo a PF, Júnior também teria utilizado recursos do fundo partidário para viajar com familiares a destinos internacionais como Dubai, França, Punta Cana, Miami, Orlando, México e Itália, além de fazer um cruzeiro marítimo.

As investigações também apontam que Júnior teria esvaziado as contas do PROS na ocasião da sua destituição do cargo, transferindo valores para uma fundação onde ele e outros parentes tinham poderes de gestão e direção.

“Observou-se a transferência de R$ 100 mil em favor de empresa de turismo, com a descrição da nota crédito para ser utilizado em viagens nacionais e internacionais, locação de carro, hospedagem, salas de reunião e eventos, seguro viagem e bilhetes aéreos nacionais e internacionais”, informou a corporação à Justiça.

Ao vislumbrar seu afastamento da gestão do partido, Júnior teria buscado garantir um crédito com a agência de turismo aberta em nome de familiares para custeio de suas viagens. No período da investigação, iniciada em 2017, percebeu-se intenso fluxo migratório, com o pagamento de despesas que incluíram passagens aéreas e hospedagens.

“A investigação sobressaltou que as viagens com destino a Miami e Orlando costumam possuir escalas prolongadas no Panamá, considerado paraíso fiscal, denotando, a esse respeito, a necessidade de maior profundidade no alcance das provas”, escreveu a PF.

O inquérito destaca também que Júnior teria, quatro dias antes de deixar o PROS, determinado o “desmonte” da sede do partido, retirando, por exemplo, equipamentos avaliados em mais de R$ 15 milhões que guarneciam o parque gráfico em Planaltina, Goiás.

Também teriam sido retirados do local dez veículos, um helicóptero, aparelhos de ar-condicionado, computadores, sistema de energia solar e diversos móveis, todos bens pertencentes ao PROS.

Em nota, o Solidariedade afirmou que “os fatos investigados no inquérito que atingiu os ex-dirigentes do partido PROS são anteriores à incorporação do antigo Partido PROS pelo Solidariedade.” O partido diz que aguarda o desenrolar da apuração para tomar as “providências cabíveis” e que “acredita na Justiça, no direito de defesa e no devido processo legal.”

Com informações da Agência O Globo