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Pesquisa do Instituto Reuters indica que 47% dos brasileiros relutam em acompanhar o noticiário cotidianamente, porque isso faz com que se sintam “ansiosos e impotentes”
Uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira, 17, pelo Instituto Reuters indica que 47% dos brasileiros relutam em acompanhar o noticiário cotidianamente, porque isso faz com que se sintam “ansiosos e impotentes”.
Vejo também que sem um salto extraordinário em produtividade, que só pode ser obtido com melhora consistente na educação, o Brasil tende a empobrecer nos próximos 20 anos.
Brasil se distancia da meta
O mais alarmante é que, nos últimos anos, o Brasil conseguiu se distanciar da meta em dois indicadores básicos: universalização do acesso ao ensino fundamental para crianças de 6 a 14 anos e redução nos números do analfabetismo.
No segundo, houve retrocesso no número de cidadãos que se diziam alfabetizados entre 2021, ponto mais alto da série, e o final de 2023: a taxa caiu de 95% para 94,6%, sendo que a meta, mais uma vez, era chegar aos 100% ao final deste ano.
Sem progresso
É importante lembrar que Índice de Alfabetismo Funcional (Inaf), criado em 2001 pela Ação Educativa e pelo Instituto Paulo Montenegro, mostra que a proporção de pessoas entre 15 e 64 que só conseguem ler, escrever e fazer contas em nível rudimentar se manteve estável, em torno de 12% na população brasileira, ao longo das últimas duas décadas. Ou seja, não há progresso.
Escolaridade é um dos componentes-chave da produtividade. O preparo das pessoas que chegam ao mercado de trabalho tem, sim, melhorado ao longo das décadas. Segundo declaração do economista Fernando Veloso à Folha, na medida em que houve algum avanço na podutividade, a formação dos trabalhadores contribuiu.
O resultado é péssimo
Acontece que o resultado a que o economista se refere é péssimo: a produtividade cresceu apenas 0,3% ao ano no Brasil entre 2010 e 2023, sendo que a maior contribuição, como é bem sabido, veio do agronegócio, com 5,8% de melhora anual.
Além disso, estão no horizonte as eleições deste ano e de 2026. Nenhum político que não trate a educação como prioridade máxima, para além das frases feitas e das soluções mágicas que nunca dão certo, deveria ser tratado com desprezo e nem sequer considerado como opção para as urnas.