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Fortes críticas foram feitas pelo fundador e atual líder do MST, João Pedro Stédile, no final da semana passada, e foram repercutidas somente nesta quarta (12) pelo portal Poder 360.

O alvo da insatisfação é o governo federal que, segundo Stédile, não fez nada pela agricultura familiar ou a reforma agrária:

“É uma vergonha. Nós já estamos há um ano e meio, não avançamos. Desapropriação não avançou. O crédito para os assentados não avançou, nem o Pronera [Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária]. O Pronera é o negócio mais civilizatório que qualquer governo de direita pode fazer porque é viabilizar o acesso dos jovens camponeses à universidade. Então é uma vergonha”, disse Stedile.

O MST apoiou a campanha do petista nas eleições de 2022. Quatorze meses depois do início do 3º mandato de Lula, o dirigente do movimento deu nota 3 para a política de democratização de terra do governo federal.

Stedile, contudo, informou que continuará a defender o presidente do que chamou de “seus inimigos” – que, em suas palavras, seriam multinacionais, o capital financeiro e o latifúndio.

“E nós queremos defendê-lo frente aos seus inimigos. Agora, o governo como um todo está aquém da nossa expectativa, da classe trabalhadora, em geral”, disse.

O fundador do MST também afirmou que, pela composição de classe, o governo não tem consciência das diferenças entre a agricultura familiar e o agronegócio.

“Já perdi a paciência de ouvir ministro dizer que não há incompatibilidade entre a agricultura familiar e o agronegócio. O agronegócio usando agrotóxico é incompatível com o vizinho de dez hectares que não usa, porque ele vai contaminar, vai matar a biodiversidade”, afirmou.