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Nomeação do economista Andrei Belousov como novo ministro da Defesa da Rússia é um sinal de que o presidente Vladimir Putin se prepara para um conflito de vários anos

Rússia mobilizou nesta segunda-feira (13) mais de 30 mil soldados em nova ofensiva na Ucrânia. “Cerca de 50.000 (soldados russos) estavam na fronteira. Agora, há mais de 30.000 atacando” na região desde a sexta-feira, afirmou Lytvynenko em entrevista, na qual acrescentou que neste momento “não havia nenhuma ameaça de ataque contra a cidade de Kharkiv”. A nomeação do economista Andrei Belousov como novo ministro da Defesa da Rússia é um sinal de que o presidente Vladimir Putin se prepara para um longo conflito na Ucrânia e aposta na economia de guerra para vencer o conflito, avaliam analistas. No momento, é difícil saber se a designação do ministro da Defesa que deixa o cargo, Serguei Shoigu, para chefiar o Conselho de Segurança Nacional é um rebaixamento, enquanto o futuro de seu antecessor, Nikolai Patrushev, é igualmente incerto.

A remodelação, anunciada dias depois de Putin ser reeleito para um quinto mandato nas eleições realizadas em março – denunciadas como fraudulentas por seus opositores -, ocorre em um momento em que a Rússia conquista avanços em sua ofensiva no nordeste da Ucrânia. Para os analistas, a nomeação de Belousov como ministro da Defesa, indica que o Kremlin prepara a Rússia para uma guerra de vários anos contra a Ucrânia, onde o equilíbrio entre o abastecimento e a produção de armas pode determinar quem sairá vencedor”. Belousov acredita firmemente na doutrina segundo a qual a Rússia está cercada de “um círculo de inimigos” e que ele é a única figura na equipe de economistas que apoiou a anexação da Crimeia de 2014, que foi seguida de fortes sanções, indicou uma fonte citada pelo site de notícias em russo The Bell.

Aos olhos de Putin, Belousov, alvo de sanções americanas, britânicas e europeias, tem o perfil idôneo. “A nomeação de Belousov […] significa o início de uma importante auditoria e de uma restruturação de todos os modelos financeiros”, revela o canal de Telegram russo Rybar, considerado próximo aos militares. Belousov, que atuou como conselheiro independente de vários primeiros-ministros entre 2000 e 2006, foi responsável durante os dois primeiros anos do conflito na Ucrânia, entre outras coisas, pelas medidas de apoio às empresas russas. Sua nomeação como chefe da Defesa retira o Ministério da tomada de decisões no campo de batalha e fortalece o poder do Estado-Maior militar, chefiado pelo general Valery Gerasimov. “O Exército sempre foi uma prerrogativa do chefe do Estado-Maior Geral, que continua suas atividades e nenhuma mudança está prevista por enquanto nesse sentido”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

*Com informações da AFP