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Ato inspirado em manifestações que aconteceram nos Estados Unidos pede fim das relações acadêmicas com a universidade israelense de Haifa
A parte central da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP) foi ocupada por manifestantes pró-palestina. Eles fazem parte da organização Estudantes em Solidariedade ao Povo Palestino (ESPP) e defendem o fim das relações acadêmicas com a universidade israelense de Haifa.
O ato é inspirado em ocupações de universidades nos Estados Unidos, que se expandiram para outros países. Ainda não há uma estimativa de quantas pessoas participam da manifestação da USP.
A ocupação foi organizada nesta segunda-feira, num encontro em que participaram cerca de 70 pessoas, “representando mais de 40 organizações estudantis, centrais de trabalhadores e lutadores de longa data pela libertação da Palestina no Brasil”, diz o grupo.
Na semana passada, manifestantes pró-palestinos nos EUA ocuparam um prédio histórico na Universidade Columbia, epicentro dos protestos de estudantes universitários americanos, elevando as tensões na instituição de Nova York, onde acampam há semanas. A ocupação acontece na esteira da decisão da reitoria de dar um ultimato para o fim do acampamento, com a ameaça de suspender estudantes. Em ao menos outras duas universidades do país, manifestantes também ocuparam prédios.
Escaladas semelhantes ocorreram em dois campi da Costa Oeste, na noite de segunda. Na Universidade Politécnica Estadual da Califórnia, em Humboldt, a polícia prendeu estudantes que ocupavam o prédio Siemens Hall havia mais de uma semana. Na Universidade Estadual de Portland, no Oregon, estudantes ocuparam uma biblioteca.
Os protestos em campi universitários se tornaram o maior símbolo de apoio a Gaza dentro do território dos Estados Unidos, principal aliado de Israel na comunidade internacional. Estudantes em cerca de 50 instituições de ensino superior aderiram às manifestações, que sofreram repressão policial e institucional. Num único final de semana, mais de 350 pessoas foram detidas.
Em um duro discurso, o presidente americano, Joe Biden, declarou nesta terça-feira que o ódio contra os judeus “continua profundo nos corações de muitas pessoas”, afirmando que houve um “feroz aumento do antissemitismo” nos Estados Unidos depois dos ataques do grupo terrorista Hamas no sul israelense em 7 de outubro, que deixaram quase 1,2 mil mortos, em sua maioria civis. Em retaliação, Israel lançou uma campanha militar na Faixa de Gaza, que deixou mais de 34,7 mil mortos, segundo o Ministério de Saúde do enclave, controlado pelo Hamas desde 2007.
Com informações da Agência O Globo