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Organização dos Estados Americano pediu que os países ‘iniciem um diálogo e tomem medidas imediatas para resolver a tensão diplomática de forma construtiva’
A Organização dos Estados Americanos (OEA) condenou ‘energicamente’ nesta quarta-feira (10) a operação policial equatoriana na embaixada do México em Quito para prender o ex-vice equatoriano Jorge Glas. Uma ação que desencadeou uma crise diplomática entre os dois países. Todos os países votaram a favor da resolução movida pela Colômbia, exceto o Equador, que votou contra, e El Salvador, que se absteve. A delegação mexicana não compareceu à sessão, enquanto El Salvador se absteve de votar. O México, que rompeu relações diplomáticas com o país sul-americano, estava ausente. No fim de semana, a OEA denunciou “qualquer ação” que coloque em risco a inviolabilidade das instalações das missões diplomáticas, mas o texto debatido na manhã desta quarta-feira é mais categórico.
“Condena energicamente a intrusão nas instalações da embaixada do México no Equador e os atos de violência perpetrados contra a integridade e a dignidade do pessoal diplomático da missão”. Também pede que cumpram a Convenção sobre Asilo Diplomático e não interfiram nos assuntos internos de outros Estados O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, agradeceu ao seu homólogo americano, Joe Biden, por ter condenado abertamente o ataque. “Apreciamos a atitude do presidente Biden porque ele concordou em retificar, no sentido de fazer uma declaração mais contundente (…). Agradecemos esse gesto de solidariedade”, disse o presidente mexicano durante a sua habitual coletivo de imprensa matinal. A sessão de hoje, convocada a pedido de Colômbia e Bolívia, dois governos aliados ao México, é a segunda desta semana depois da de terça-feira, convocada pelo Equador para justificar suas ações.
O vice-chanceler do Equador, Alejandro Dávalos, em nome do governo do presidente Daniel Noboa, acusou o México de promover a “impunidade” ao conceder asilo a Glas apesar de ser “condenado e foragido” e expressou sua rejeição à resolução. Glas, que foi vice-presidente no governo do ex-presidente socialista Rafael Correa (2007-2017), é alvo de duas sentenças por associação ilícita e suborno. Também é alvo de mandado de prisão pelo crime de peculato. A OEA pediu ao Equador e México que “iniciem um diálogo e tomem medidas imediatas para resolver este grave assunto de forma construtiva” e coloca à sua disposição os “bons ofícios” da OEA para facilitar o processo.
A ministra das Relações Exteriores do Equador, Gabriela Sommerfeld, qualificou a decisão da OEA como “justa”. “É uma resolução justa, onde vemos também o descumprimento do uso de sedes diplomáticas, por isso vamos avançar como Equador, também vamos fazer cumprir a nossa versão dos acontecimentos”, disse. Ela observou que se trata de fóruns internacionais “que são feitos para que, de forma equilibrada, através do diálogo, de forma respeitosa, todas as partes sejam ouvidas e as resoluções sejam alcançadas”.
Relembre o caso
A tensão entre México e Equador começou na última sexta-feira, quando, por ordem do presidente equatoriano, Daniel Noboa, a polícia do país invadiu a embaixada mexicana para prender Jorge Glas, ex-vice-presidente do governo de Rafael Correa, que está sendo processado por corrupção e que havia solicitado asilo político no México. As imagens das câmeras de segurança, que foram projetadas na sessão da OEA, mostram como os policiais apontaram armas e subjugaram Roberto Canseco, responsável pela delegação diplomática, enquanto levavam Glas. Após esse episódio, o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, rompeu relações diplomáticas com o Equador, que justificou suas ações acusando o México de ter violado tratados internacionais de asilo ao abrigar uma pessoa processada por corrupção.
*Com agências informações da AFP e EFE