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Representantes do governo federal esperam chegar a um acordo com professores e servidores de universidades e institutos técnicos federais em greve na sexta-feira (19), quando está prevista reunião para tratar das demandas da categoria. Os servidores reivindicam principalmente reestruturação de carreira e recomposição salarial.
Em audiência lotada de trabalhadores na Câmara dos Deputados (16), Gregório Durlo Grisa, do Ministério da Educação, garantiu que a carreira dos cargos técnico-administrativos será reestruturada ainda neste governo.
“De preferência este ano, de preferência com acordo assinado o quanto antes, para que o Parlamento receba o projeto e consiga, na agilidade que for possível, encaminhar alteração da lei das carreiras técnico-administrativas.”
José Celso Cardoso Jr., do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, acredita que a proposta a ser apresentada pelo governo poderá colocar fim à greve que atinge mais de 50 universidades e quase 80 institutos federais.
Cardoso observou, por outro lado, que o assunto é complexo e não se esgotará no curto prazo.
“A reconstrução tem que seguir dois caminhos. Tem que ir pelos caminhos de menor resistência legislativa. E é incremental, porque você não consegue recompor perdas, capacidade administrativa do dia para a noite.”
Diversos deputados participaram do debate. Uma dos que solicitaram a audiência, a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) disse que as reivindicações são mais do que justas.
“Os técnicos das universidades e dos institutos federais têm o pior salário do Poder Executivo. Isso é uma realidade de trabalhadores e trabalhadoras que estão endividados em sua maioria.”
Em suas falas, os representantes dos trabalhadores de universidades e institutos federais pediram recomposição de recursos ainda em 2024. Sandro Pimentel, da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos, foi um deles.
“Estamos em greve por recomposição salarial. De 2013 a 2023, as nossas perdas estão chegando a 40%.”
Por sua vez, Gustavo Seferian, do Andes, Sindicato dos Docentes das Instituições de Ensino Superior, chamou a atenção para a condição atual dos professores universitários no Brasil e pediu que a reunião de sexta seja mais do que “sinalização de boa vontade e sorrisos”.
Da Rádio Câmara, de Brasília, Noéli Nobre