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Com a adesão, país encerra definitivamente dois séculos de não alinhamento oficial
Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, recebe os documentos de ratificação da OTAN do primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, durante uma cerimônia no Departamento de Estado dos EUA, enquanto a Suécia se junta formalmente à aliança do Atlântico Norte, em Washington, DC
Após quase dois anos de espera, e alguns obstáculos, a Suécia encerrou definitivamente nesta quinta-feira, 7, dois séculos de não alinhamento oficial, e passou a fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Com a adesão, o país se torna o 32 membro da aliança militar. Em visita a Washington, o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, entregou em uma cerimônia oficial ao secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, os documentos de ratificação, após uma dura batalha para obter a aprovação dos outros 31 membros da aliança militar. Ele descreveu o ingresso a Otan como “uma vitória para a liberdade”.
Suécia entra na Otan após dois anos de espera e em pleno conflito na Ucrânia. “Coisas boas acontecem para aqueles que esperam”, disse Blinken ao aceitar os certificados e qualificar a adesão sueca como uma demonstração da “queda histórica” da Rússia. A adesão foi comemorada pelo presidente americano, Joe Biden. “Quando (o presidente russo, Vladimir) Putin lançou sua guerra brutal de agressão contra o povo da Ucrânia, pensou que poderia fragilizar a Europa e dividir a Otan. Com a entrada da Suécia hoje, a Otan se torna mais unida, mais dinâmica e mais forte do que nunca”, reagiu Biden em um comunicado.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, também comemorou a notícia. “Hoje é importante destacar que mais um país na Europa ficou mais protegido do mal russo”, afirmou. A Suécia lançou sua candidatura para integrar a aliança em maio de 2022, após a invasão russa da Ucrânia. Fez isso ao mesmo tempo que a Finlândia, que foi admitida em abril de 2023. A Rússia prometeu “contramedidas” pela entrada da Suécia no organismo, especialmente se efetivos militares e equipamentos da Otan forem implantados nesse país.
O processo de ingresso da Suécia foi mais conturbado que o da Finlândia, que lançou candidatura na mesma época e foi aceita no ano passado. Isso aconteceu devido à firme pressão da Turquia, que exigiu que Estocolmo, conhecida por suas políticas liberais de asilo, agisse contra os militantes curdos que fizeram campanha contra Ancara, e a demora para a Hungria aprovar o ingresso. O primeiro-ministro nacionalista, Viktor Orban, frequentemente zombou dos aliados ocidentais.
A entrada da Suécia implica para Moscou que o Mar Báltico está agora cercado por países-membros da aliança, e alguns analistas o descrevem como um “lago da Otan”. A Suécia não participou de uma guerra, incluindo a Segunda Guerra Mundial, desde os conflitos napoleônicos do início do século XIX. Espera-se que a bandeira azul e amarela dourada da Suécia seja hasteada na segunda-feira na sede da Otan em Bruxelas.
*Com informações da AFP