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Forças de Defesa israelenses divulgaram primeiros resultados de investigação conduzida após episódios que deixou mais de 100 mortos

Os militares de Israel afirmaram que sua investigação sobre o incidente mortal de ajuda humanitária em Gaza no mês passado revelou que as tropas israelenses não dispararam contra o comboio de ajuda, mas contra “vários suspeitos” que se aproximaram e representaram uma ameaça para as forças.

Mais de 100 pessoas morreram no incidente no norte de Gaza, que ficou conhecido como o “Massacre da Farinha”, quando as tropas de Israel abriram fogo perto de civis aglomerados em torno de caminhões de ajuda alimentar, provocando pânico.

Um jornalista local em Gaza, Khader Al Za’anoun, que esteve no local e testemunhou o incidente, disse que o caos e a confusão só começaram quando as tropas abriram fogo e que muitas das vítimas foram atropeladas por caminões no pânico que aconteceu em seguida.

O Ministério da Saúde palestino em Gaza disse que pelo menos 118 pessoas morreram e mais de 700 ficaram feridas, tornando este um dos incidentes mais mortais desde o início da guerra em Gaza.

“A revisão descobriu que as tropas das FDI não dispararam contra o comboio humanitário, mas dispararam contra vários suspeitos que se aproximaram das forças próximas e representavam uma ameaça para elas”, disseram as Forças de Defesa de Israel em um resumo do relatório divulgado nesta sexta-feira (8).

As FDI disseram que milhares de palestinos invadiram os caminhões de ajuda, que viajavam em direção aos centros de distribuição, saqueando a carga dos caminhões.

O Exército acrescenta que “incidentes de danos significativos” ocorreram a civis devido a uma debandada e atropelamento por caminhões.

As FDI disseram que durante a aglomeração, dezenas de palestinos “avançaram em direção às tropas próximas das FDI, até vários metros delas, e assim representaram uma ameaça real para as forças naquele ponto”.

“Nesta fase, as forças dispararam fogo de advertência para distanciar os suspeitos. À medida que os suspeitos continuavam a avançar em direção a eles, as tropas dispararam precisamente contra vários suspeitos para remover a ameaça”, dizia o resumo das FDI.

As Nações Unidas disseram anteriormente que a maioria dos civis feridos no incidente apresentava ferimentos de bala.

O organismo internacional não conseguiu determinar o mesmo para os mortos.

Especialistas da ONU condenaram no início desta semana o incidente como um “massacre” e apelaram a Israel para aliviar as suas severas restrições à entrada de ajuda alimentar em Gaza, onde centenas de milhares de pessoas enfrentam a perspectiva de fome.

Com informações da AFP