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Russo cumpria uma pena de 19 anos no assentamento de Kharp, no Ártico, após condenação por ‘extremismo’
Opositor russo e um dos principais adversários do presidente Vladimir Putin, Alexei Navalny morreu nesta sexta-feira, 16, na prisão do Ártico em que cumpria uma pena de 19 anos de prisão. A informação foi divulgado pelo serviço penitenciário. “Em 16 de fevereiro de 2024, no centro penitenciário N°3, o prisioneiro Navalny A.A. passou mal após uma caminhada (…) as causas da morte estão sendo determinadas”, afirmou o serviço penitenciário da região ártica de Yamal em um comunicado. Contudo, a equipe do exílio do líder opositor afirma não ter ainda a confirmação de sua morte e diz que um advogado está a caminho da colônia penitenciária, localizada no assentamento de Kharp, no Distrito Autônomo da Iamália. “Quando tivermos alguma informação, informaremos”, declarou nas redes sociais a porta-voz de Navalny, Kira Yarmish.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse que Putin já foi informado sobre a morte de seu principal crítico. “O presidente foi informado”, declarou Peskov, citado pela agência estatal de notícias TASS. Ele também disse que o serviço penitenciário trabalha nas “verificações e esclarecimento” da causa da morte. A confirmação da morte de Alexei Navalny acontece cerca de um mês antes das eleições presidenciais na Rússia, marcadas para 17 de março. Presidentes e autoridades de outros países se manifestam em apoio a Navalny e culpam o Kremlin pela morte do opositor. Segundo o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, a União Europeia considera que “o regime russo é o único responsável” pela morte. “(Alexei) “lutou pelos valores da liberdade e da democracia. Por seus ideais, ele fez o sacrifício final”, disse Michel em publicação no X (antigo Twitter). “Os combatentes morrem, mas a luta pela liberdade nunca termina”, acrescentou.
Após três semanas desaparecido, Navalny foi encontrado em 25 de dezembro de 2023 uma prisão no Ártico, mais especificamente no assentamento de Kharp, no Distrito Autônomo da Iamália. Na ocasião, a porta-voz Kira Yarmysh informou nas redes sociais que o advogado de Navalny havia o visitado e que o preso estava bem. O desaparecimento do russo ocorreu após sua transferência de uma prisão próxima a Moscou para um local desconhecido, em 15 de dezembro. Conhecido por suas críticas a Putin e ao Krelim, Alexei foi preso em janeiro de 2021 e condenado a 19 anos de prisão sob a acusação de “extremismo”, que se somam a outros nove por “peculato”, o que resultou na sua transferência. As prisões de “regime especial” na Rússia costumam ser localizadas em regiões extremamente isoladas e possuem condições mais rigorosas. Durante a condenação, em agosto do ano passado, a Promotoria alegou que Navalny criou uma organização que minava a segurança pública mediante “atividades extremistas”.
*Com informações da AFP