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Líderes ocidentais, incluindo o presidente americano Joe Biden e os ministros de Relações Exteriores do G7, responsabilizaram Putin pela morte do opositor

Rússia permaneceu em silêncio neste sábado, 17, diante da morte de Alexei Navalny, opositor do Kremlin, na prisão. Seu entorno acusa as autoridades de reter seu corpo para “cobrir seus rastros”. Centenas de russos se reuniram em pequenas concentrações para homenagear Navalny, apesar do risco de prisão. Desde sexta-feira, 401 pessoas foram presas, de acordo com a ONG de direitos humanos OVD-Info. A equipe de Navalny afirma que as autoridades se recusam a entregar o corpo à sua mãe, alegando que a causa da morte ainda não foi determinada.

A porta-voz de Navalny, Kira Yarmish, acusa os investigadores de mentir e de evitar entregar o corpo para encobrir o método de assassinato. Navalny, condenado por “extremismo”, estava cumprindo uma pena de 19 anos em uma remota colônia penitenciária do Ártico, após julgamentos amplamente criticados. O presidente russo Vladimir Putin mantém silêncio desde a divulgação da notícia, ocorrida a um mês das eleições presidenciais, que deverão consolidar seu poder. Líderes ocidentais, incluindo o presidente americano Joe Biden e os ministros de Relações Exteriores do G7, expressaram choque e responsabilizaram Putin pela morte de Navalny. A China, aliada do Kremlin, considerou o assunto um “assunto interno da Rússia” e se absteve de comentar. O Brasil ainda não e manifestou.

Enquanto as autoridades russas alertam contra qualquer manifestação, alguns russos depositaram flores em monumentos de memória a dissidentes políticos. Em Moscou, pelo menos 15 pessoas foram presas, e mais detenções ocorreram posteriormente. Os tribunais começaram a proferir sentenças para os detidos, variando de acordo com organizações de direitos humanos. Navalny, que não se queixou de sua saúde em videoconferências anteriores ao tribunal, continuou a criticar Putin durante seus julgamentos. Seu falecimento deixa a oposição russa sem seu principal nome, em um contexto de crescente repressão e tensões internacionais.

*Com informações da AFP