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Governo norte-americano informou que irá revisar flexibilização concedida ao país após o Supremo ter desqualificado a principal candidata da oposição para as eleições presidenciais 2024

O chefe da delegação do governo da Venezuela, Jorge Rodríguez, afirmou nesta segunda-feira, 29, que o país responderá “severamente” caso volte a ser alvo de novas sanções por parte dos Estados Unidos. Em outubro, os EUA suspenderam algumas por seis meses. “Estamos muito atentos às ações tomadas (em Washington) nos próximos dias que possam ser consideradas agressivas em relação ao direito deste país de viver em paz, de progredir e de que sejam suspensas todas as medidas coercitivas unilaterais (…) Se houver qualquer ação agressiva, nossa resposta será severa, recíproca e enérgica”, declarou Rodríguez em entrevista coletiva.

A fala de Rodríguez surge após os EUA terem informado no último sábado, 27, que irão revisar a política de sanções à Venezuela após a decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) de desqualificar a principal candidata da oposição para as eleições presidenciais deste ano, María Corina Machado. O governo norte-americano considerou o caso “profundamente preocupante”. Matthew Miller, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, disse que a decisão do Supremo venezuelano “é inconsistente com o compromisso dos representantes de Nicolás Maduro de realizar eleições competitivas”. Em resposta, Rodríguez pediu ao governo dos EUA nesta segunda-feira que não interfira em “assuntos que só dizem respeito aos venezuelanos”.

O TSJ decretou na última sexta-feira, 26, a inabilitação pelo período de 15 anos para María Corina, o que a impede de concorrer nas eleições programadas para o segundo semestre deste ano e em qualquer outro processo eleitoral até 2036. A ex-deputada venceu as primárias da oposição em 22 de outubro, quando recebeu 92,35% dos votos. A flexibilização das sanções, incluindo as relacionadas ao petróleo e ao gás, expira em abril. Os EUA ameaçaram retomar elas caso Machado continue inabilitada e caso a Venezuela não libere prisioneiros políticos, questão sobre a qual houve um pequeno avanço em dezembro.

*Com informações da EFE