Um alto conselheiro do governo chinês afirmou que o  presidente da China, Xi Jinping, dissuadiu o  homólogo russo, Vladimir Putin, de cometer um ataque nuclear na Ucrânia e que isso “foi fundamental para a campaha chinesa para reparar as relações abaladas com a Europa”.

A declaração foi dada anonimamente ao jornal Financial Times a respeito da invasão à Ucrânia, que deixou Moscou e a aliada Pequim de um lado, e a Europa e os Estados Unidos do oposto.

No entanto, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou à agência russa de notícias Tass que a informação de que Xi Jinping teria interferido pessoalmente é “uma invenção”.

Publicamente, a China se opõe ao uso de armamento nuclear na Ucrânia, mas apoiadores de Kiev vinham questionando se haveria esforços reais do país para negociar com a Rússia. Isso porque Pequim não só não criticou Moscou pela invasão, como também acusou o Ocidente de alimentar o conflito fornecendo armas à Ucrânia e reclamou de “atos danosos de hegemonia e domínio” por parte dos americanos com sanções unilaterais.

Para Alexander Gabuev, diretor do Carnegie Russia Eurasia Center, think tank de especialistas na região, é possível que a China não seja capaz de desencorajar inteiramente a Rússia de promover ataques nucleares.

“As armas atômicas são a última garantia que Putin tem para evitar a derrota catastrófica nessa guerra”, afirmou.