James Webb encontrou composto de carbono; descoberta ajuda os cientistas a trabalharem para entender como a vida se desenvolveu na Terra
O James Webb, o telescópio da Nasa, que também é o maior e mais caro já produzido, detectou pela primeira vez no espaço o carbono, molécula essencial para a vida. “Cientistas usando @NASAWebb detectaram um composto de carbono crucial no espaço pela primeira vez. Conhecido como cátion metil, acredita-se que ele ajude na construção de moléculas de carbono mais complexas – a base para toda a vida conhecida”, escreveu a empresa em suas redes sociais na segunda-feira, 26. O cátion metil (CH3+) foi detectado em um sistema estelar jovem localizado a cerca de 1.350 anos-luz de distância na Nebulosa de Orion. Os compostos de carbono foram as bases de toda a vida conhecida. Essa descoberta ajuda os cientistas a trabalharem para entender como a vida se desenvolveu na Terra e como ela poderia se desenvolver em outras partes do universo. “Essa detecção não apenas valida a incrível sensibilidade do Webb, mas também confirma a postulada importância central do CH 3 + na química interestelar”, disse Marie-Aline Martin-Drumel, da Universidade de Paris-Saclay, na França, membro da equipe científica.
A molécula de cátion metil foi detectada em um sistema estelar jovem com um disco protoplanetário conhecido como D203-506. Um disco protoplanetário é uma estrutura em forma de disco circunstelar rotativo de gás denso que fica em torno de uma estrela jovem recém-formada e que gera novos planetas. Para os cientistas, essa detecção, e a existência da molécula nesse ponto, pode ser explicada pela grande quantidade de radiação ultravioleta emitida por outras estrelas, a qual o sistema é bombardeado. O que chama surpreender os cientistas é que normalmente, espera-se que a radiação UV destrua moléculas orgânicas complexas, e não foi o que aconteceu. Isso faz com que a equipe pense que a radiação pode fornecer a fonte de energia necessária para a formação do CH 3 +. Os pesquisadores também observaram que as moléculas vistas em D203-506 são bem diferentes dos discos protoplanetários típicos. Em particular, não conseguiram detectar nenhum sinal de água. “Isso mostra claramente que a radiação ultravioleta pode mudar completamente a química de um disco protoplanetário. Na verdade, pode desempenhar um papel crítico nos primeiros estágios químicos das origens da vida”, elaborou Olivier Berné, do Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica em Toulouse, principal autor do estudo.
Com informações da AFP