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Campanha foi marcada por denúncias de compra de votos e pela polarização entre direita e esquerda antes da corrida eleitoral geral do final do ano
A Espanha realiza eleições municipais e regionais neste domingo, 28, depois de uma campanha marcada por denúncias de compra de votos e pela polarização entre direita e esquerda antes dos pleitos gerais do final do ano. Nestas eleições, 35,6 milhões de pessoas estão convocadas às urnas para eleger seus representantes em 12 comunidades autônomas e 8.131 municípios da Espanha. Também serão renovadas as assembleias das cidades autônomas de Ceuta e Melilla, no norte de África, e dos conselhos insulares, entidades administrativas exclusivas das Ilhas Canárias. Nas eleições de amanhã, 1,7 milhão de jovens entre 18 e 23 anos votarão pela primeira vez, o equivalente a 5% do total do censo eleitoral, além de 414 mil estrangeiros residentes na Espanha. Para garantir que nenhum incidente atrapalhe o progresso dos pleitos, o Ministério do Interior espanhol vai mobilizar um dispositivo de quase 100.000 agentes das forças de segurança do Estado. Os quase 23 mil colégios eleitorais abrirão as suas portas às 9h (horário local, 4h de Brasília) e fecharão às 20h (15h de Brasília).
A votação de amanhã vem sendo considerada uma espécie de ensaio para as eleições gerais, que, caso não sejam antecipadas, deverão ser realizadas no final do ano. O resultado das urnas mostrará se, com a proximidade das eleições gerais, a esquerda, que governa em coalizão na Espanha, mantém o apoio dos eleitores para continuar no poder ou se os conservadores podem voltar a governar o país, em um possível pacto com a extrema-direita. No geral, a campanha foi muito marcada por temas de interesse nacional, como a habitação, com o anúncio feito pelo presidente do governo espanhol, o socialista Pedro Sánchez, de milhares de moradias sociais e ajudas para jovens com poucos rendimentos, e de subsídios milionários para o setor agrícola, especialmente afetado pela falta de chuvas. Além disso, causou polêmica a inclusão por parte do EH Bildu de candidatos condenados por terrorismo, após o que este partido basco independentista anunciou que iria retirar aqueles que cometeram atos terroristas com mortes.
No entanto, a grande polêmica da reta final de campanha veio com uma série de denúncias de compra de votos em diferentes partes do país – a mais marcante na cidade autônoma de Melilla -, algo incomum em mais de quatro décadas desde a recuperação da democracia na Espanha, onde até agora esses casos eram muito pontuais.
Algumas dessas denúncias atingem candidatos de diferentes partidos, que estão entre os presos por suposta fraude, principalmente no voto por correspondência. Perante esta situação, o secretário de Estado da Comunicação do governo espanhol, Francès Vallès, garantiu hoje a transparência, segurança e neutralidade destas eleições e afirmou que o processo eleitoral na Espanha é “um dos mais seguros e garantidos do mundo”. “Acreditamos que os cidadãos vão participar como sempre fizeram em um processo eleitoral. As ocorrências detectadas mostraram que o sistema funciona com perfeição, detecta e repara”, destacou Vallès neste sábado, durante uma coletiva de imprensa na qual foram divulgados os dados sobre a organização das eleições de amanhã.
*Com informações da agência EFE