Bandeira da Nigéria. Foto de Emmanuel Ikwuegbu na Unsplash | Reprodução
Bola Tinubu foi eleito sob suspeitas de corrupção num país já marcado pelos confrontos entre cristãos e muçulmanos

A posse do novo presidente da Nigéria preocupa os cristãos que vivem no país africano. Isso porque Bola Tinubu, declarado vencedor da corrida presidencial de 2023, herda um país já marcado por crises religiosas profundas. Segundo a ONG International Christian Concern (ICC), organização que atua em prol dos cristãos perseguidos em todo o mundo, o antecessor de Tinubu, Muhammadu Buhari, pouco fez para reduzir a violência religiosa na Nigéria durante os seus dois mandatos. Pelo contrário, durante o seu governo a perseguição contra os cristãos nigerianos aumentou significativamente.

Com a vitória de Tinubu, em fevereiro de 2023, as tensões na Nigéria aumentaram. Observadores internacionais suspeitam de fraude no processo eleitoral nigeriano. À ICC os observadores afirmaram: “As eleições ficaram muito aquém das expectativas legítimas e razoáveis dos cidadãos nigerianos. Um número substancial de cidadãos foi impedido de participar da votação”.

O novo presidente nigeriano abandonou a tradição de candidatos presidenciais escolherem um companheiro de chapa que professa uma fé diferente (no país africano, os cristãos somam 46%; e os muçulmanos, 53% da população). Tinubu, que segue o Islã, escolheu o muçulmano Kashim Shettima como seu braço direito. Decisão objeto de duras críticas por parte dos líderes não muçulmanos, que denunciaram a flagrante marginalização dos seus interesses.

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(Da esq. para a dir.) Os principais candidatos à Presidência da Nigéria: Bola Tinubo, 70 anos (APC); Atiku Abubakar, 76 anos (PDP); e Peter Obi, 61 anos, (LP) | Foto: Reprodução/Redes sociais/Montagem Revista Oeste

Violência

A eleição do novo presidente acontece em meio à violência religiosa que assola várias regiões da Nigéria, principalmente as zonas central e norte do país, nas quais ocorre a atuação de grupos terroristas, como o radical islâmico Boko Haram. O novo presidente tem o desafio de apaziguar o país, combatendo a perseguição religiosa; porque, como destacam os observadores internacionais, se não houver paz, será impossível combater muitos dos problemas crônicos da nação africana, como a fome e a miséria.

Com informações da Reuters