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O ditador Daniel Ortega endurece a perseguição aos católicos

Fontes ligadas à Igreja Católica denunciaram no sábado 27 que o governo do ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, bloqueou as contas bancárias de três dioceses do país.

O congelamento atinge as contas das dioceses de Manágua, presidida pelo cardeal Leopoldo Brenes, e as de Matagalpa e Estelí, dirigidas pelo bispo Rolando Álvarez, preso desde agosto do ano passado. Em fevereiro, Álvarez foi condenado a mais de 26 anos de prisão por crimes considerados “traição contra a pátria”.

O cardeal Brenes disse ao portal Expediente Público que está vendo “como resolver a situação”, e o presidente da Conferência Episcopal da Nicarágua, bispo Carlos Herrera, declarou à plataforma Despacho 505 que recebeu informações sobre os problemas com as contas bancárias das dioceses.

Exilada da Nicarágua, a pesquisadora Martha Patricia Molina publicou capturas de tela de tentativas malsucedidas de fazer transferências bancárias para as contas da Arquidiocese de Manágua. Entre as mensagens bancárias, aparecem dizerem como “conta inválida” ou “sua transferência não pôde ser realizada”.

O governo de Ortega e os bancos privados ainda não se pronunciaram sobre os bloqueios.

As relações entre o governo Ortega e a Igreja Católica vivem agora momentos de grande tensão, marcados pela expulsão e prisão de padres, a proibição de atividades religiosas e a suspensão de suas relações diplomáticas. Na quinta-feira 25, mais um padre foi preso. O papa Francisco chegou inclusive a classificar a ditadura nicaraguense como “ditadura grosseira”.

A Nicarágua vive uma crise política e social desde abril de 2018, que se agravou após as polêmicas eleições gerais de novembro de 2021, nas quais Ortega foi reeleito para um quinto mandato, o quarto consecutivo e o segundo junto com sua esposa Rosario Murillo como vice-presidente. Os principais concorrentes foram presos ou estão exilados.

Com informações da Revista Oeste