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O Ministério Público do Trabalho, na Paraíba, instaurou inquérito com o objetivo de apurar denúncias e eventuais medidas judiciais cabíveis contra fatos envolvendo a FIEP (Federação das Indústrias do Estado da Paraíba ), SESI ( Serviço Social da Indústria), SENAI ( Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e IEL ( Instituto Euvaldo Lodi), integrantes do Sistema S.

Pelo jeito quem deveria dar o exemplo no zelo pelos deveres e obrigações contidos na legislação do trabalho, é quem exatamente está descumprindo a CLT. Tais entidades teriam a missão de gestão da segurança e na saúde do trabalho, mas com o aprofundamento das investigações o MPT saberá se não estava ocorrendo exatamento o contrário.

“Instaurar o competente INQUÉRITO CIVIL em face de NOTICIADO(A): FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DA PARAÍBA – FIEP, INSTITUTO EUVALDO LODI, SERVICO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL –

SENAI , SESI – SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA, para apuração dos fatos em toda a sua extensão, bem como para embasamento de eventuais medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis à espécie”, informa portaria do MPT, publicada nesta segunda-feira, dia 10, e  assinada pela procuradora do Trabalho,  Marcela de Almeida Maia Asfóra.

A investigação será aprofundada a partir de procedimento iniciado em dezembro.  “CONSIDERANDO que os dados até o momento colhidos nos autos do PROCEDIMENTO nº 000627.2022.13.001/5, ensejam a necessidade de aprofundamento da investigação; CONSIDERANDO que os fatos narrados e objeto da investigação
ministerial denotam lesões a direitos e interesses que transcendem a esfera jurídica meramente individual e, em tese, constituem violação a dispositivos vigentes na CLT e na Constituição Federal”, acrescenta a portaria.

OPERAÇÃO CIFRÃO DA PF, GAECO/MPPB, MPF E CGU – A Federação das Indústrias do Estado da Paraíba, FIEP, é alvo da Operação Cifrão, deflagrada em 2020, pela Polícia Federal, Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado, do Ministério Público da Paraíba (Gaeco-MPPB, Ministério Público Federal, Controladoria Geral da União .

INVESTIGAÇÃO – A investigação teve início a partir de auditoria da CGU na entidade paraestatal, na qual se constatou superfaturamento de mais de R$ 2 milhões em três obras de construção e reforma de Centros de Atividades. Também foi verificada a existência de vínculos entre os sócios das empresas contratadas, por meio de processos licitatórios fraudulentos, e colaboradores e dirigentes do Sistema Indústria da Paraíba (Fiep, Sesi, Senai e o Instituto Euvaldo Lodi).
Com o aprofundamento das apurações pelos órgãos parceiros, foram descobertas movimentações entre as contas bancárias das empresas contratadas e de pessoas relacionadas, direta ou indiretamente, ao Sesi/PB, por meio de uma ginástica financeira, na tentativa de ocultar as aludidas transferências de recursos.

Impacto social

O desvio de recursos destinados ao Sesi acarreta prejuízo à toda comunidade, uma vez que a instituição atua na gestão da Segurança e Saúde no Trabalho (SST) e na promoção da saúde, da cultura e da educação dos trabalhadores e seus dependentes. As atividades são custeadas com contribuições dos estabelecimentos industriais em percentuais incidentes sobre as folhas de pagamento dos funcionários.
DENÚNCIAS DO GAECO/MPPB – Semana passada o Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado, do Ministério Público da Paraíba (Gaeco-MPPB) denunciou o presidente da FIEP, Buega Gadelha, e mais 8 pessoas da cúpula da entidade e empresários na Justiça. Não há sigilo dos autos que foram distribuídos por sorteio e tramitam na 2ª Vara Criminal de Campina Grande.

As denúncias são decorrentes das investigações no âmbito da Operação Cifrão deflagrada pela Polícia Federal em julho de 2020.

As denúncias do Gaeco apontam esquema no Sistema S na Paraíba, envolvendo fraude em contratação de construtoras para realização de obras em Centro de Atividades do SESI, sendo apontados pelo Gaeco/MPPB superfaturamento, pagamento por serviços e obras não executados, pagamento de propina, lavagem de dinheiro , falsidade ideológica , fraude de concorrência, e apropriação indébita.

Nas duas denúncias O Gaeco/MPPB requer a reparação por danos materiais em torno de R$ 2 milhões, afora o pedido de condenação em danos morais coletivos que em caso da ação seja julgada procedente esses valores serão ainda maiores.

Por Marcelo José