Repercute Brasil afora, a partir dos bastidores de Brasília, o adiamento da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China. Agora, surge especulações sobre possíveis outras questões além da recomendação médica. A viagem sinalizava celebração de um grande pacote de acordos bilaterais.

A versão oficial – e primeira – informa que o adiamento se deu por conta do estado de saúde do presidente, que apresentou quadro de pneumonia.

Todavia, analistas de plantão apontam possíveis outras questões além do quadro de saúde do chefe do Executivo. Há quem diga que a viagem foi vetada pelo Estados Unidos ante reação conjunta da Europa e outros países.

O assessor especial da Presidência, Celso Amorim, afirmou em recente entrevista ao portal Uol que o Brasil não vê o mundo dividido entre China e Estados Unidos. Disse, também, que não tem vetos prévios a negócios com os chineses, nem no sensível setor de semicondutores, um dos focos da crescente tensão entre Pequim e Washington.

O jornalista José Casado, em seu mais recente artigo na revista Veja, aborda a reação conjunta ao acordo Brasil/China. Ele diz que ficou mais complexo o jogo para o Brasil na política externa.

De acordo com o articulista, o governo Lula enfrenta agora uma reação coordenada dos governos dos Estados Unidos, 27 países da União Europeia, Reino Unido, Japão, Noruega, Canadá, Austrália e Coreia do Sul.

Recomendação médica

A presente análise não tem a pretensão de questionar o estado de saúde do presidente da República, muito menos a recomendação médica. Pelo contrário, afirma ser a recomendação médica um ato pertinente ante o quadro viral do presidente.

Todavia, além da questão médica – o que é aceitável – é preciso saber se há algo a mais no contexto do adiamento da viagem.

Acordos não fechados

Ministros e empresários foram à China. No entanto, acordos só serão fechados com a presença do presidente – com nova data ainda a ser acertada entre os dois países.

Clima tenso

O clima está tenso no mundo ante o cabo de guerra Estados Unidos-China. A economia chinesa voltou a galopar, realidade que ameaça a hegemonia americana. Tudo isso embalado pelo conflito Rússia-Ucrânia – e o laço entre Russos e Chineses cada vez mais forte.

Nova ordem mundial

Pelo andar da carruagem é possível que em breve desabroche uma nova ordem mundial, com um mundo multipolar.

*Leia o artigo, também, no portal VNCOM.