A sede de poder revelada pelo comportamento do atual presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, deputado Adriano Galdino, numa escalada de três mandatos na presidência do legislativo estadual, com movimentos agudos para emplacar o quarto, a parir de fevereiro de 2023, já gera repulsa no meio do povo. Repercute mal junto à sociedade paraibana.
Prova da repulsa pode ser verificada nas ruas, praças e feiras livres Paraíba afora.
Muita água vai rolar até 1º de fevereiro, dia da eleição da Mesa Diretora da Casa Epitácio Pessoa. No entanto, a preço de hoje, o presidente da Casa tem poderes na mão para emendar mais um mandato e, por conseguinte, pavimentar a estrada para o segundo biênio – quinto mandato.
A deflagração de movimentos populares contrários a tal sanha pode, talvez, levar os parlamentares da futura legislatura a repensar os princípios da democracia, da alternância de poder. E, com isso, virar o jogo e restaurar a democracia no Poder Legislativo Estadual.
Compromisso
Adriano Galdino não honra compromissos assumidos; quebra a palavra empenhada. A propósito, Galdino não é um político confiável, protagonizou um golpe que culminou na sua eleição para os dois últimos biênios, fato ocorrido a partir de fevereiro de 2019.
Para atingir o objetivo de poder, Galdino lançou mão de um golpe: quebrou acordo com o então governador recém-empossado, João Azevêdo, e com colegas da base governista na Casa.
Resultado: com apoio de alguns, “tratorou” o colega Hervázio Bezerra.
2019
Na eleição de 2019, o acordado era Galdino para presidente no primeiro biênio e, para o segundo, Hervázio.
No dia da posse (1º de fevereiro de 2019), tudo ocorreu dentro do previsto, até a primeira eleição que elegeu Galdino presidente para o primeiro biênio (2019-2020).
Em ato contínuo, o deputado Galdino, já sentado na cadeira de presidente da Casa, conduziu a seu modo a segunda eleição da Mesa, cujo acordo – repito – era eleger Hervázio.
Ocorreu que, de repente, o golpe maquinado dias antes veio à tona!
Cortina de Fumaça
Tião Gomes (candidatura cortina de fumaça) abdicou de ser candidato para apoiar Adriano, se este desejasse ser candidato, também, para o segundo biênio – no que Adriano aceitou de pronto!
A traição na casa legislativa foi consolidada e Adriano Galdino governa a Assembleia hoje, com mandato até 31 de janeiro de 2023.
PEC da rasteira
A postura golpista de Adriano se repete no tempo atual. Existia um acordo, chancelado pelo partido Republicanos, indicando Branco Mendes candidato a presidente da AL no primeiro biênio e, Galdino, para o segundo.
De forma “surpreendente”, na semana passada (20/12/2022) Adriano tirou da manga, por assim dizer, a carta da PEC que que delibera sobre a eleição para Mesa Diretora da Casa Legislativa.
Na ocasião, Branco Mendes votou contrário à PEC que, em tese, possibilita a candidatura de Adriano a presidente no primeiro biênio. A propósito, a matéria é de autoria de Galdino.
Por meio de nota dirigida à Imprensa, Branco informou que tinha sido acordado que a PEC não entraria em votação. Em razão do acordo, o parlamentar argumentou que não se sentiu à vontade para votar pela aprovação da referida matéria.
Mão de Ferro
Como se não bastasse a ânsia de poder, ao que tudo parece Adriano governa a Casa com “mão de ferro”. É o que fala, em voz baixa, muitos deputados. Contudo, alguns tiveram a coragem de falar em voz alta. É o caso do deputado Eduardo Carneiro.
Eduardo Carneiro, antes de retirar sua candidatura à presidência da ALPB, declarou, em entrevista à imprensa, que “é nítida a insatisfação com o atual modelo e necessidade de alternância de poder”.
Ainda candidato, Carneiro destacou que estava apresentando “propostas e ideias visando garantir a oxigenação, transparência e a igualdade tão necessárias aos deputados no Poder Legislativo”.