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Países estavam negociando a meses com mediação dos Estados Unidos; ‘é uma conquista política’, disse o premiê israelense
Israel e Líbano assinaram um raro acordo nesta quinta-feira, 27, para delimitar as fronteiras marítimas, após meses de negociações mediadas pelo governo dos Estados Unidos. O presidente americano, Joe Biden, celebrou a iminente assinatura do acordo “histórico”, ao destacar que foi preciso “muita coragem” para o compromisso. Este acordo é um “reconhecimento” do Estado de Israel por parte do Líbano, afirmou o primeiro-ministro israelense, Yair Lapid, em uma reunião de gabinete na qual assinou formalmente o acordo. “Esta é uma conquista política, não é todo dia que um Estado inimigo reconhece o Estado de Israel em um acordo escrito e isto acontece diante de toda a comunidade internacional”, disse Lapid. O Líbano deve assinar o acordo durante a tarde no quartel-general da Força Provisória das Nações Unidas no Líbano (FPNUL), na cidade fronteiriça libanesa de Naqura, na presença do mediador americano Amos Hochstein e da coordenadora especial da ONU no Líbano, Joanna Wronecka.
“O acordo sobre os limites marítimos terá o formato de duas trocas de notas, uma entre Líbano e Estados Unidos e outra entre Israel e Estados Unidos”, disse o porta-voz do secretário-geral da ONU, Stéphane Dujarric. O Líbano se recusa a ter sua delegação na mesma sala que a de Israel e a assinar o mesmo texto, alegando que os dois países estão oficialmente em estado de guerra. O acordo, que permitirá aos dois países explorar as reservas de gás no leste do Mediterrâneo, foi alcançado após anos de mediação americana.
O acordo prevê deixar sob controle de Israel o campo de Karish e conceder ao Líbano o campo de gás de Qana, mais ao nordeste. Uma parte desta última reserva, no entanto, ultrapassará a linha de fronteira entre os dois países e, desta maneira, Israel ficará com parte do lucro de exploração, segundo o acordo.
Com informações da AFP