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Autoridade russas informaram que aprovação é de 98%; concretização do resultado aumenta escalada no conflito que já dura sete meses e põe em jogo o uso de armas nucleares

Autoridades pró-Rússia informaram que o sim para a anexação dos territórios ocupados pelas tropas de Vladimir Putin lidera a votação. De acordo com as agências Ria Novosti, Tass e Interfax, as autoridades de cada uma das quatro regiões ucranianas afetadas – Donetsk, Lugansk, Zaporizhia e Kherson – disseram que o “sim” atingiu entre 97% e 98% dos votos, após a apuração de entre 20% e 27% das cédulas. A comprovação do resultado deixará o caminho livre para que Putin possa cumprir com sua ameaça e usar armar nucleares caso a Ucrânia ataque as regiões. Uma vez que esses territórios forem anexados pela Rússia, ele poderá utilizar do argumento que estava defendendo sua região. Nesta terça-feira, 27, antes dos primeiros resultados aparecerem, a Rússia reiterou a ameaça de utilizar armas nucleares. O ex-presidente russo e atual número dois do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitri Medvedev, afirmou que Moscou defenderá os novos territórios que pretende incorporar após as votações com o uso de todas as armas russas, incluindo as armas estratégicas. “Eu vou repetir mais uma vez para os ouvidos surdos, a Rússia tem o direito de usar a arma atômica, caso seja necessário”, disse.

Ao ser questionado sobre as declarações de Medvedev, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, destacou que as mesmas coincidem com a “doutrina militar” da Rússia. “A situação legal mudará radicalmente do ponto de vista do direito internacional e também terá consequências sobre a segurança dos territórios”, disse Peskov. A ameaça nuclear que preocupa o Ocidente, que já informou que não vai aceitar os resultados que forem apresentados sobre a anexação.

As cinco regiões que estão em jogo representam pouco mais de 20% da superfície ucraniana. As votações foram organizadas como resposta à contraofensiva de Kiev, que com o apoio das armas fornecidas pelas potências ocidentais recuperou milhares de quilômetros quadrados dos russos desde o início de setembro. Nesta terça-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que os referendos pretendem “salvar as populações” que moram nestes territórios.

Com informações da AFP