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ONG Iran Human Rights (IHR) afirma que 1.200 pessoas foram detidas; autoridades iranianas acusam EUA de ‘enfraquecer a estabilidade e a segurança’ do país

Os protestos no Irã chegaram ao 10º dia nesta segunda-feira, 26, e ao menos 76 pessoas já morreram e 1.200 foram detidas, informou a ONG Iran Human Rights (IHR), com sede na Noruega. Contudo, as autoridades iranianas afirmam que são 41 pessoas mortas e 450 presas, incluindo vários membros das forças de segurança. As manifestações são desencadeadas pela morte da jovem Mahsa Amini. Segundo a ONG, a província de Mazandaran, no norte do país, concentra o maior número de manifestantes mortos, 25. Em Teerã, três pessoas morreram. “Pedimos à comunidade internacional que tome medidas práticas de forma unida e decidida para pôr fim às mortes e tortura dos manifestantes”, convocou o diretor da organização, Mahmood Amiry Moghaddam. A escalada das manifestações acontecem diante o aumento de tensões entre Irã e os países ocidentais, com a Alemanha convocando o embaixador do Irã. Na véspera, a União Europeia havia denunciado a repressão das manifestações, e o Irã convocou os embaixadores de Reino Unido e Noruega.

O governo canadense anunciou, nesta segunda, uma série de sanções contra vários funcionários e entidades iranianos. “Aplicaremos vários indivíduos e entidades, incluindo a chamada polícia da moral do Irã”, disse o primeiro-ministro Justin Trudeau em uma entrevista coletiva, unindo-se àqueles que “exigem que o governo iraniano ouça seu povo, ponha fim à repressão das liberdades e dos direitos e permita que as mulheres e todos os iranianos vivam suas vidas e se expressem pacificamente”. Nesta segunda, o Irã acusou os Estados Unidos de usar a agitação desencadeada pela morte de uma mulher sob custódia policial para tentar desestabilizar o país e alertou para as consequências, enquanto os maiores protestos desde 2019 não mostram sinais de diminuir. “Washington está sempre tentando enfraquecer a estabilidade e a segurança do Irã, embora não tenha tido sucesso”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Nasser Kanaani, ao Nour News, que é afiliado a um órgão de segurança, em um comunicado. Na semana passada, os Estados Unidos impuseram sanções à polícia moral do Irã por alegações de violação contra mulheres iranianas, dizendo que responsabiliza a unidade pela morte de Amini.

Os protestos são os maiores a varrerem o país desde as manifestações sobre os preços dos combustíveis em 2019, quando a Reuters informou que 1.500 pessoas foram mortas em uma repressão aos manifestantes, sendo o mais sangrento protesto interno da história da República Islâmica. Nos maiores protestos registrados no Irã em quase três anos, as forças de segurança usaram balas letais e de borracha, de acordo com grupos de defesa dos direitos humanos, enquanto os manifestantes responderam com pedras, queimaram viaturas policiais e incendiaram edifícios públicos. A IHR disse ter obtido “vídeos e atestados de óbito que confirmam disparos com balas reais contra os manifestantes”.

Com informações da Reuters e AFP