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Nestas eleições, 10.332 (18/8) candidatos concorrem a uma vaga na Câmara dos Deputados. São 1.744 candidatos a mais do que nas últimas eleições para o cargo, quando 8.588 disputaram uma vaga. É a maior quantidade desde a redemocratização.

Mas os números ainda podem mudar até 12 de setembro, data para o julgamento de todos os pedidos de registro pela Justiça Eleitoral e, consequentemente, para eventuais substituições de candidaturas.

Em 2022, entre os candidatos a deputado federal, 457 disputam a reeleição, número de interessados maior do que em 2018, quando foram 413.

Na opinião do cientista político e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo Aldo Fornazieri, o aumento no número de candidaturas se deve a alguns fatores, como o fim da possibilidade de coligações partidárias para vagas na Câmara dos Deputados nestas eleições. Também se pode atribuir esse aumento, segundo o professor, à crescente polarização política e ao fim do discurso antipolítica.

Na análise de Fornazieri, em 2018, surgiu o discurso antipolítica provocado pelo escândalo da Lava Jato, e os partidos tradicionais se retraíram.

“Nesta eleição, aqui a antipolítica vai ter um espaço muito pequeno. Você pode ter um espaço da renovação da política, mas não da antipolítica. Eu acredito que os candidatos que se declararem antipolíticos vão ser vistos com suspeição. Então esse discurso da antipolítica me parece que vai ter espaço pequeno e isso evidentemente pode fazer com que os partidos mais tradicionais elejam bancadas mais significativas. ”

O cientista político Aldo Fornazieri lembra que houve aumento no número de mulheres e de autodeclarados pretos. Na base de dados do TSE, Tribunal Superior Eleitoral, 34,5% das candidaturas são de mulheres. Em 2018, foram 32% do total. E 14% de candidatos negros, em comparação a 11% em 2018. Há pouco mais de 3.500 (3.569 em 18/8) candidatas mulheres e pouco mais de 1.400 (1.428, em 18/8) candidatos negros, independentemente do sexo.

“Houve um aumento, mas eu penso que esse aumento deveria ter sido maior. Agora também esse aumento precisa se refletir no voto porque nós temos uma sub-representação muito significativa, tanto de mulheres quanto de negros. Principalmente de negros, que são mais de 50% da população e, no entanto, aqui você vê que têm 14% do número de candidatos. ”

Dezenove candidatos a deputado federal usam nome social, que é como travesti ou transexual se identifica e é socialmente reconhecido. Em 2018, eram 10.

Em termos de escolaridade, 58% dos candidatos têm ensino superior completo.

Em 2018, eram 54%. Aumentou também o número de candidatos com patrimônio de R$ 1 milhão ou mais. São 1.426 milionários registrados ou 22% dos que declararam os bens à Justiça Eleitoral. Em 2018, eram 1.047 ou 19%. Esse aumento não leva em conta a inflação do período.

Outras características dos candidatos a deputado federal: 43% têm mais de 50 anos e 32% têm entre 41 e 50 anos. Quase 53% são casados. Mais de 213 profissões e ocupações foram declaradas pelos candidatos a deputado, mas as mais comuns continuam sendo a de empresário e advogado, seguido de professor e servidor público. Em quinto lugar, estão os que já são deputados. O candidato mais velho tem 96 anos, e outros 14 têm 21 anos, idade mínima para posse. 27 candidatos não são brasileiros natos, são naturalizados.

O número de partidos diminuiu. São 32 partidos que disputam vagas na Câmara. Em 2018, foram 35.

Com informações da Rádio Câmara- Brasília