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O Debate da campanha eleitoral será transmitido em formato de pool, a partir das 21h, pelo Grupo Bandeirantes, pela TV Cultura, pelo jornal Folha de S. Paulo e pelo portal UOL

A noite deste domingo, 28, deve ser um marco da campanha eleitoral. A partir das 21h, o Grupo Bandeirantes, a TV Cultura, o jornal Folha de S. Paulo e o portal UOL irão transmitir o primeiro debate presidencial das eleições 2022. Mais do que isso, o programa deve opor, pela primeira vez, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lidera as pesquisas de intenção de voto, e o presidente Jair Bolsonaro (PL), que aparece em segundo lugar nos levantamentos e busca a reeleição. A última participação do petista em um evento desta natureza aconteceu na noite do dia 27 de setembro de 2006, quando o seu adversário era o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB), hoje indicado para o posto de vice-presidente na chapa encabeçada pelo PT. O atual chefe do Executivo federal participou de dois debates em agosto de 2018, antes do atentado sofrido em 6 de setembro em Juiz de Fora, em Minas Gerais. Além de Lula e Bolsonaro, foram convidados o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), as senadoras Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil) e o cientista político Luiz Felipe d’Ávila (Novo), de partidos que possuem representação na Câmara dos Deputados. O debate deste domingo será dividido em três blocos. De acordo com as regras firmadas com as campanhas, não haverá plateia. Além disso, se algum candidato não comparecer ao programa, o púlpito ficará vazio.

Apesar das regras estabelecidas pelas emissoras responsáveis, há, dentro das duas principais campanhas, a expectativa de um debate quente. Não apenas pelo ineditismo do encontro entre Lula e Bolsonaro, mas também por, pelo menos, quatro razões. Primeiro, porque o sorteio da ordem dos presidenciáveis nos púlpitos colocou os líderes das pesquisas de intenção de voto lado a lado. Em segundo lugar, pela expectativa sobre eventuais ataques entre os candidatos. Embora o espaço sirva, em especial, para a apresentação de propostas, discussões sobre a postura do governo federal no enfrentamento da pandemia de Covid-19, que causou a morte de quase 700 mil brasileiros, e escândalos de corrupção que ocorreram na Petrobras em governos petistas devem aparecer ao longo da noite. Por fim, resta saber qual será o tom das falas de Ciro Gomes e Simone Tebet, que estão bem atrás na corrida ao Palácio do Planalto, mas fazem duras críticas aos postulantes do PT e do PL e tentam se apresentar como alternativas à polarização. O pedetista, por exemplo, tem chamado Bolsonaro de “genocida” e “corrupto”. Este último adjetivo, Ciro também reserva a Lula com certa frequência. Segundo as diretrizes do debate, em caso exclusivamente de ofensa moral e pessoal, o candidato poderá solicitar o direito de resposta – se o pedido for contemplado, a resposta será dada no bloco em que o caso ocorreu.

Como ficou demonstrado, havia um impasse dentro da campanha sobre a participação de Bolsonaro nos debates. Segundo relatos feitos à reportagem, o chefe do Executivo federal estava propenso a não comparecer aos compromissos no primeiro turno, apesar dos apelos de parte de seus auxiliares. Uma ala do comitê da reeleição, ligada ao ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, avalia que a exposição desnecessária pode frear o gradual crescimento do presidente da República apontado pelas pesquisas de intenção de voto divulgadas nos últimos dias. Segundo a mais recente pesquisa Datafolha, divulgada no dia 18 de agosto, Lula lidera com com 47% das intenções de voto, ante 32% de Bolsonaro, 7% de Ciro e 2% de Tebet. Entre o levantamento de julho e o de agosto, porém, o candidato do PL avançou três pontos e reduziu de 18 para 15 pontos a dianteira do petista. Apesar do crescimento, o instituto aponta a possibilidade de o ex-presidente vencer as eleições ainda em primeiro turno, uma vez que o levantamento mostra o candidato do PT com 51% dos votos válidos.

Com informções da Jovem Pan