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No meio da corrida eleitoral, muitas notícias envolvendo candidatos presidenciais acabam aparecendo, algumas verdadeiras e algumas falsas. Uma dessas notícias inclui a solução de pagamento PIX do Banco Central. As notícias falsas que seriam publicadas no portal G1 diziam que os banqueiros apoiariam a candidata Lola, caso ele cancelasse o PIX.
Declaração
A imagem compartilhada online simula o layout do portal G1. Ao saber da verdade, o portal de notícias do Grupo Globo explicou que “não publicou uma reportagem com este título e conteúdo. O candidato Luiz Inácio Lula da Silva disse recentemente que não tinha intenção de acabar com o PIX.
As notícias falsas foram compartilhadas cerca de 1.000 vezes no Facebook, e tem centenas de curtidas no Integram e muitos comentários no Twitter.
Declaração
As notícias falsas que ligam o candidato Lula à possibilidade de cancelamento do PIX começaram a surgir após a lista de signatários de uma declaração em defesa da democracia, na qual banqueiros como Roberto Setúbal e Pedro Moreira Salles, ambos colaboradores do Itaú Unibanco, apareceram. Mesmo que o texto não se refira diretamente a nenhum candidato, o atual presidente Jair Bolsonaro, que está tentando ree elegê-lo, começou a associá-lo com críticas contra seu governo.
No final do mês passado, Cerro Noguera, primeiro-ministro da Casa Civil, compartilhou em sua conta no Twitter que o apoio dos banqueiros à declaração se deveu a uma suposta perda de 40 bilhões de reais em instituições financeiras com o pix, o que não é verdade.
A solução de pagamento para o BC foi planejada enquanto continuava a gerir o ex-presidente Michel Temer, e os trabalhos começaram em novembro de 2020, durante o governo Bolsonaro. Segundo documentos examinados pelo UOL, o Banco Central iniciou o processo de criação de um PIX em 2018, quando a agência era liderada pelo economista Ilan Goldvagen, que ainda está no governo Michel Temer.
A ferramenta foi lançada em novembro de 2020 e se tornou um sucesso em todo o Brasil. De forma conservadora, a equipe responsável pelo PIX na Colúmbia Britânica diz que “conceitualmente, a ferramenta existe desde 2016”, três anos antes de Roberto Campos Neto, que foi indicado pelo presidente Bolsonaro para ocupar a presidência do órgão.
Bolsonaro e o Pix
O presidente Bolsonaro afirmou em entrevistas, como as dadas ao jornal nacional, que seu governo criou o PIX, “tirando dinheiro dos banqueiros, fazendo com que a população possa transformar, muitos, em pequenos empresários”.
Nesta entrevista realizada nos noticiários mais assistidos do país, Bolsonaro repetiu duas informações anteriormente contestadas. Uma delas é que seu governo será responsável pela PIX, que já contabiliza mais de 10 trilhões de reais em transações desde que iniciou suas operações. Outra desinformação é que a solução do BC teria trazido perdas significativas aos bancos.
Declaração
Até essa segunda informação foi interrompida até pelo presidente da Colúmbia Britânica, Roberto Campos Neto.
“Quero dizer que não é verdade que os bancos percam dinheiro como o Pix, então em algum momento temos que abandonar o tipo de estudo que mostra isso”, disse Campos recentemente no evento da Febraban (Confederação Brasileira de Bancos).
“Você tem uma perda de receita na transferência, mas por outro lado novas contas são abertas, novos modelos de negócios são criados, fundos são retirados da negociação, que é um custo enorme para o banco, você aumenta a transação, você aumenta as transações”, disse ele no evento.
Segundo levantamento realizado pela Economatica, os resultados obtidos pelo setor também não mostram perdas. Os quatro principais bancos de capital aberto do país registraram, juntos, lucro líquido de R$ 81,6 bilhões no ano passado, resultado 32,5% maior do que em 2020.
O PIX conseguiu superar a desconfiança inicial em pouco tempo e se tornou o método de pagamento mais utilizado pelos brasileiros. No quarto trimestre do ano passado, com apenas 12 meses de lançamento, a solução atingiu a marca de 3,89 bilhões de transações e conseguiu superar pela primeira vez o uso do cartão de crédito, que ficou em segundo lugar entre os métodos de pagamento mais utilizados no Brasil (3,7 bilhões).
Com informações da Rede Brasil Oficial