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“Sim, 1984 é agora”. (Luiz Felipe Pondé).

 

Em extensa reportagem intitulada “Grupos traçam reação a golpe eleitoral de Bolsonaro e cobram adesões”, a Folha de S.Paulo detalhou como o TSE está organizando grupos para aplicar um antigolpe em Bolsonaro.

Ocorre que a leitura atenta e a análise do texto informam exatamente o contrário: deixa claro que os organizadores preparam mesmo é um golpe.

Diz o Jornal:

“Centenas de entidades da sociedade civil, movimentos sociais e políticos, profissionais do direito, militantes e acadêmicos atuam, em público e nos bastidores, para traçarem o roteiro de uma resposta imediata a ataques efetivos contra a ordem eleitoral.

A maior parte das ações se dá em conjunto com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que ampliou o contato com vários segmentos para barrar a investida autoritária”.

Releiam o parágrafo acima! Por que o TSE, encarregado de organizar as eleições, faz um exercício de futurologia e se liga a grupos, organizações, partidos de esquerda, oposicionistas de todos os tipos e a todos aqueles que perderam as eleições para Bolsonaro? Por quê?

Conecta-se, abertamente, aos que observam o poder desaparecer de suas mãos e, agora, sutilmente inventam um manto de legalidade para um ato ilegal e que não aconteceu, dizem que “só mobilização ampla e conjunta fará frente a investida autoritária do presidente”.

É um escândalo o envolvimento do TSE com movimentos, partidos, organizações, para fazer juízo de valor negativo, em conjunto, sobre a participação do candidato Jair Bolsonaro nas eleições. Eleições que ainda não aconteceram e afirmam:

“Organizações e ativistas que já trabalham com a previsão de que o presidente Jair Bolsonaro (PL) executará um plano golpista nas eleições…”

A polícia federal precisa investigar e processar a todos.

E continua o jornal:

“Associações que participam de comissões montadas pelo TSE estão na linha de frente dos trabalhos, mas outros grupos igualmente alarmados estão por conta própria se somando à guerra”.

Guerra? Estamos em guerra?

“A bandeira de todos é única e cristalina: respeito às urnas eletrônicas e ao resultado que sair delas. Falta agora descobrir como, exatamente, evitar que uma tentativa de golpe prospere no Brasil em 2022”.

Glória! Ajoelhemo-nos e saudemos a “Urna Eletrônica”, o novo deus de nossas vidas! Vamos inclinar nossas cabeças até o chão para saudar o novo “Totem-Deus-Eletrônico” inviolável! Máximo respeito!

E continua:

“Os caminhos adotados até aqui incluem ações de prevenção e alerta. São conversas dos movimentos com representantes do TSE, do STF (Supremo Tribunal Federal) e do Congresso Nacional, além de diálogos em fóruns que reúnem plataformas de redes sociais e partidos”.

Ações para divulgar o medo! Haverá um golpe! Apavorar! Assombrar! A guerra vem aí! Nós somos os libertadores! Acreditem! Acreditem, todo serão lesados. Essa parece ser mensagem dos salvadores/conspiradores.

No livro “1984” e filme de mesmo nome há uma frase mística:

– “Quem controla o passado, controla o futuro. Quem controla o presente, controla o passado”.

O autor do livro fala de um país chamado Oceania (poderia se chamar Brasil) e lá, os cidadãos recebem através de telões, 24 horas por dia, informações sobre uma guerra utópica (ninguém viu ou sabe onde é), mas o país está em guerra, afirma a “autoridade” – o “Grande Irmão”, e luta contra a Lestásia e a Eurásia.

Sem nunca ter visto ou combatido contra esses países, os cidadãos de Oceania são incentivados a odiar e passam a abominar e a detestar esses outros povos, somente porque a “autoridade” afirmou/mandou.

Sem ajuizar sobre o que estão execrando, sem refletir sobre ou quem estão odiando, os cidadãos se comportam como o sistema determina.

As informações que recebem, tem o objetivo de controlar e alienar a população, são estudadas, adequadas, ajustadas, para depois serem retransmitidas ao povo, sempre de forma alarmista, sempre destacando que os salvadores são os que estão no poder.

E a reportagem da Folha reproduz o livro “1984”, atemoriza a população e quer o conluio de todos:

“‘Para nós está claro que essa tarefa não caberá somente a uma instituição ou classe, mas a todos os setores do Estado e da sociedade’, diz Flávia Pellegrino, porta-voz do Pacto pela Democracia, uma rede que agrega mais de 200 organizações inseridas no debate.”

E mais ameaças:

“Líderes da articulação antigolpe enxergam semelhanças com a narrativa promovida por Donald Trump nos Estados Unidos em 2021, que culminou com a invasão do Capitólio e a morte de cinco pessoas”.

Avançam com a ideia de violência, de atiradores, que acontecerá nas eleições:

“A versão brasileira passa pela tentativa de desmoralização do Judiciário – Bolsonaro ameaça deixar de cumprir ordem judicial – e a incitação de apoiadores, inclusive policiais e atiradores esportivos”.

E mais ameaças e alarmismo, medo, terror:

“Com a deslegitimação dos tribunais, o direito sozinho não vai dar conta de funcionar como anteparo”, diz Estefânia Barboza, docente da Universidade Federal do Paraná que pertence à Demos, uma frente com professores de direito de vários estados que advertem sobre o risco à democracia.

“No momento crítico, vamos precisar da política e de todas as instituições, empresas, igrejas, sindicatos. E vai ter que ter povo na rua”, segue ela. “Muita gente subdimensiona a gravidade. Nós estamos apavorados. Eu não sou militante, sou professora, mas a situação me obriga a fazer algo.”

Em 2018, 57 milhões de brasileiros elegeram Bolsonaro. Atentem para o parágrafo abaixo. Observem quando os perdedores começaram o movimento contra Bolsonaro e a ideia de que “ele quer fraudar o processo”:

“Rogério Sottili, que dirige o Instituto Vladimir Herzog e está engajado em discussões na Comissão Arns e em outros ambientes, afirma que Bolsonaro semeia elementos de ruptura desde 2018. “Mas esse jogo não vai dar em nada se antes gritarmos que ele quer fraudar o processo.”

E nesse parágrafo o perfil dos conspiradores, fantasiados de salvadores da pátria, é revelado. A máscara cai:

“Embora parte dos envolvidos nas coalizões faça oposição aberta ao atual mandatário ou declare apoio ao ex-presidente petista, muitos deles afirmam que as atividades são desconectadas de preferências”.

Cinicamente, os “anjos salvadores” do Brasil/Oceania, afirmam:

“Nosso olhar não é partidarizado, não é contra nem a favor de um ou outro candidato”, diz Flávia, do Pacto pela Democracia, que se define como plural e apartidário. “O que sair das urnas terá que ser reconhecido. Queremos, inclusive, atrair apoiadores de Bolsonaro [para a causa].”

Neste lamentam:

“… Legendas aliadas do presidente se calam. Órgãos como a Procuradoria-Geral da República e entidades setoriais também demonstram apatia”.

E aqui todos os golpistas reunidos:

“O Direitos Já! Fórum pela Democracia reuniu dirigentes de 11 partidos (como PC do B, PSDB, Podemos, Novo, PSD, PDT e PSB) para alinhar a resistência. “Queremos uma resposta firme e uníssona”, diz Fernando Guimarães, coordenador do movimento.

Não satisfeitos, cobram adesão daqueles que não querem participar do complô:

“No ecossistema que tenta desenhar reações, são repetidas as cobranças de um posicionamento enfático do empresariado e da elite. Um argumento lógico é mencionado como justificativa para a adesão: um golpe, ainda que malsucedido, prejudicará automaticamente finanças e negócios”.

Se irritam porque brasileiros honestos tiveram a audácia de rir e aplaudir o discurso do Presidente, contra o maior corrupto/corruptor da nação:

“Parte da explicação está no fato de que parcela do empresariado se identifica ideologicamente com Bolsonaro e apoia a reeleição. Há poucos dias, na Associação Comercial do Rio de Janeiro, convidados aplaudiram discurso do presidente com ameaças ao STF e riram de piadas ofensivas a Lula”.

E o argumento sem-noção para apoiá-los: “Quer motivo mais suficiente do que a elevação do risco Brasil para que a elite financeira se sinta pressionada e se contraponha a esse absurdo?”, reivindica Estefânia, do Demos”.

E agora a busca pelo envolvimento de outros países no complô:

“O grupo da professora expressou suas preocupações em documentos enviados à ONU (Organização das Nações Unidas) e à CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos). E pretende ainda acionar Mercosul e outros organismos multilaterais”.

Quem será o financiador de tudo isso?

“Em julho, uma comitiva viajará a Washington para reiterar esse pedido a autoridades e influenciadores do debate público global, de acordo com Paulo Abrão, diretor do WBO (Washington Brazil Office), centro que atua no tema em parceria com outras 32 entidades. Abrão, que foi secretário da CIDH e integrou o governo Dilma Rousseff (PT), é da opinião de que ignorar ou minimizar o golpismo de Bolsonaro não é uma alternativa, ainda mais com tantas evidências”.

E para finalizar o roteiro do “antigolpe”, que está muito mais para um golpe:

– “Roteiro da oposição: Líderes das organizações dizem que é preciso planejar ações em várias frentes (jurídica, política, social, internacional), mobilizar setores e pedir observadores estrangeiros. Lembram que nos EUA a tentativa de Trump ruiu porque forças (diplomacia, mídia, população) reagiram.

– O que é esperado: Ativistas dizem ser difícil prever datas ou armas a serem adotadas por Bolsonaro. Cenários podem ir de descumprimento de decisões judiciais até convocação de levantes. Há receio de decretação de estado de sítio em caso de conflitos ou convocação das Forças Armadas.

– Ações práticas: Grupos vêm abordando cortes (STF, TSE), Congresso e outras instituições para alertar sobre evidências e cobrar respostas. Também acionam organismos multilaterais (ONU, CIDH) em busca de acompanhamento das eleições, repúdio a ações autoritárias e eventuais sanções.

– Condições e riscos: O principal temor é o de que as Forças Armadas embarquem, mas a opinião mais frequente é a de que Bolsonaro não tem apoio majoritário para um golpe nem respaldo maciço da sociedade. Também há tensão sobre adesão de policiais e de bolsonaristas armados.

– Organizações envolvidas: Algumas das entidades mais atuantes integram o Observatório de Transparência Eleitoral, criado pelo TSE, como: Pacto pela Democracia, Artigo 19, Instituto Igarapé, Comitê Gestor da Internet, Rede de Ação Política pela Sustentabilidade, RenovaBR, Instituto Ethos, Educafro.

– Outras trincheiras: Também estão empenhados na causa: Direitos Já!, Comissão Arns, Coalizão para a Defesa do Sistema Eleitoral, Demos (Observatório para Monitoramento dos Riscos Eleitorais), Observatório da Democracia, Washington Brazil Office, Movimento Derrubando Muros.

– Em silêncio: Há pouca ou nenhuma mobilização em entidades do empresariado, como Fiesp, e em movimentos como MBL (Movimento Brasil Livre) e Vem Pra Rua. Levantamento da Folha em maio já havia mostrado letargia de instituições como Firjan, OAB, CNBB, CNA, CNI e Febraban”.

Ao término da leitura de tudo isso, o que fica é uma certeza: o Brasil foi aparelhado em todas as esferas da administração. Não há um único órgão do estado brasileiro em que as esquerdas não tenham infiltrado seus agentes.

A história nos mostra as traições e as crueldades dos comunistas.

E se usarem toda essa maquinação contra o estado brasileiro?

Esse é o verdadeiro medo. Essa é a nossa impressão.

Esses grupos regidos pelo TSE, imaginam que já venceram as eleições através das pesquisas que destoam da realidade e da propaganda massiva feita pela velha mídia. Sonham com a vitória no final de 2022 porque as rédeas da nação ainda estão em suas mãos.

Falta apenas combinar com os eleitores.

Professor. Pós-graduação em “Língua Portuguesa com Ênfase em Produção Textual”. Universidade Federal do Amazonas (UFAM)