Uma decisão proferida pelo Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL) provocou troca de farpas entre o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o senador Renan Calheiros (MDB-AL). A Corte derrubou uma liminar de primeira instância que suspendia a realização de eleição indireta para mandato-tampão de governador e vice, marcada para a próxima segunda-feira (2) na Assembleia Legislativa do estado (ALE).

Escolher entre Renan e Lira não é tarefa das mais fáceis.

“A independência dos poderes é sagrada. Quarteladas, afrontas aos poderes e desacato às decisões judiciais são condutas de tiranos em qualquer lugar.

O TJ/AL acaba de incinerar o golpe de Arthur Lira para impedir a eleição para o governo de Alagoas na forma da Constituição”, escreveu, Renan Calheiros nas redes sociais, posando de democrata.

A corrida eleitoral em 2022 para o governo do estado de Alagoas será diferente dos outros estados brasileiros, porque, antes do pleito de outubro, será necessária uma eleição indireta para governador. Renan Filho (MDB) estava no segundo mandato e renunciou para disputar o Senado. No momento, o governador é o presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas (TJAL) desembargador Klever Loureiro.
Isso ocorre porque Luciano Barbosa (MDB), vice-governador eleito na chapa de Renan Filho, se elegeu prefeito de Arapiraca em 2020. Sem o vice, quem deveria assumir o governo interinamente seria o presidente da Assembleia Legislativa, porém ele recursou o cargo para também poder ser candidato. A eleição indireta está marcada para ocorrer no dia 2 de maio.

O que chama atenção é o notório interesse pessoal dos políticos alagoanos se sobrepondo ao interesse coletivo. Nada menos que três homens públicos se recusaram a assumir o que deveria ser uma honra, a cadeira de governador.

A ação contra a realização do pleito foi ajuizada pelo PSB, partido do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, aliado de Lira em Alagoas. Após a publicação de Renan, o presidente da Câmara respondeu ao post, afirmando que o cacique do MDB interfere no Judiciário.

“Sobre dar golpes, o senador Renan Calheiros entende bem. Foi assim que ele tentou conduzir o Congresso Nacional e, várias vezes, desrespeitou decisões judiciais. Em Alagoas, achaca e interfere nos poderes, desrespeita a vontade popular e quer fazer do Estado a extensão do seu latifúndio. Não conseguirá!”, rebateu Lira.

Com informações do JCO