Dimitar DILKOFF / AFP – Homem caminha em meio à destruição causada por ataque russo em região próxima a Kiev

Apesar de os bombardeios continuarem constantes e do número de vítimas civis crescer, as tropas de Vladimir Putin não estariam mais avançando territorialmente

As tropas da Rússia não estão mais conseguindo avançar no território da Ucrânia, afirmaram alguns países ocidentais nesta quinta-feira, 17. Apesar da estagnação, as forças de Vladimir Putin continuam bombardeando cidades e vitimando civis em sua atividade bélica, que inicialmente deveria ter obtido uma conquista rápida de poucos dias. “A invasão russa da Ucrânia estagnou em todas as frentes. As forças russas fizeram progressos mínimos em terra, mar ou ar nos últimos dias e continuam a sofrer grandes perdas. A resistência ucraniana continua firme e bem coordenada. A grande maioria do território ucraniano, incluindo todas as grandes cidades, permanece em mãos ucranianas”, aponta a última atualização da Inteligência do Ministério da Defesa do Reino Unido sobre a situação da guerra, publicada nas redes sociais.

A Rússia continua bombardeando e atingindo alvos civis na cidade portuária de Mariupol, sitiada há dias. Nesta quinta, autoridades ucranianas disseram que equipes de resgate estão vasculhando os escombros de um teatro onde mulheres e crianças estavam abrigadas, bombardeado no dia anterior. “O abrigo antibombas resistiu. Agora os escombros estão sendo removidos. Há sobreviventes. Ainda não sabemos sobre o [número de] vítimas”, disse o conselheiro do prefeito, Petro Andrushchenko, à agência de notícias Reuters. Apesar desse e de outros ataques à cidade estratégica, que dá acesso ao Mar de Azov e próxima à Crimeia, a Rússia não avança há dias.

Situação semelhante ocorre em relação a capital Kiev, onde as tropas russas tentam cercar a cidade e realizam bombardeiros frequentes nas madrugadas. No início desta quinta, um prédio foi atingido por destroços de um míssil, deixando um morto e três feridos. Os subúrbios do nordeste e noroeste de Kiev foram reduzidos a escombros por combates intensos. Ainda assim, a resistência dos cidadãos e do exército ucraniano continuam mantendo a cidade sob controle da Ucrânia. Sob toque de recolher recente, a cidade abriga o comando político do país atualmente, incluindo o presidente Volodymyr Zelensky e seus principais ministros.

A Rússia ataca a Ucrânia em quatro direções, tendo enviando duas colunas maciças de tanques para Kiev de noroeste e nordeste, avançando ao leste por Kharkiv e se espalhando no sul da Crimeia. O ataque russo a um país europeu já é considerado o maior desde a Segunda Guerra Mundial e provocou a fuga de mais de 3 milhões de pessoas do país para outros países. Milhares de combatentes já morreram no conflito.

Ambos os lados falam em progresso nas negociações de paz, apesar de os bombardeios estarem mantidos. Autoridades ucranianas disseram acreditar que a Rússia está ficando sem tropas para continuar lutando e que pode, em breve, chegar a um acordo com seu fracasso em derrubar o governo ucraniano. Moscou disse que está perto de concordar com uma fórmula que manteria a Ucrânia neutra em relação à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que é uma das suas principais demandas. Apesar disso, o presidente russo, Vladimir Putin, mostrou poucos sinais de que pretende ceder. Em um discurso televisionado, ele falou de “traidores e escória” em casa que ajudaram o Ocidente, e disse que o povo russo os cuspiria como mosquitos.

Com informações da Jovem Pan