Last updated on fevereiro 21st, 2022 at 07:11 pm

A Rússia revelou, nesta sexta-feira (17), duas propostas de tratado para conter a presença militar ocidental perto de suas fronteiras e quer negociá-las, “a partir de sábado”, com os Estados Unidos, com o objetivo de evitar o aumento das tensões.

Ambas as propostas surgem em um contexto de hostilidade entre a Rússia e países ocidentais em relação à Ucrânia. Tanto os Estados Unidos quanto os europeus acusam Moscou de preparar um ataque, algo que o Kremlin nega.

Denominados “Tratado entre os Estados Unidos e a Federação Russa sobre as garantias de segurança” e “Acordo sobre as medidas para garantir a segurança da Federação Russa e dos Estados-membros” da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), os textos preveem, entre outros pontos, proibir uma nova ampliação da Aliança Atlântica e do estabelecimento de bases militares americanas em ex-países soviéticos.

“É essencial que as garantias de segurança para a Rússia estejam escritas no papel e tenham valor jurídico”, frisou o vice-ministro das Relações Exteriores, Sergei Riabkov, após apresentar os documentos à imprensa.

Ele também propôs iniciar as negociações “a partir de amanhã, literalmente, sábado, 18 de dezembro”, e disse que Moscou propôs aos americanos que elas ocorressem em Genebra.

Segundo Riabkov, as propostas são a forma de restabelecer a cooperação russo-ocidental na “ausência total de confiança mútua” e ante a “política agressiva” da OTAN “no entorno da Rússia”.

O vice-chanceler acredita que seja necessário “voltar a promover a relação, partindo de uma folha em branco”.

As propostas foram entregues esta semana a uma diplomata americana.

Entre outros termos, os tratados proibiriam os Estados Unidos de criarem bases militares em qualquer país da extinta União Soviética que não seja membro da OTAN. Também impediria “usar sua infraestrutura para atividades militares, ou desenvolver cooperação militar bilateral”.

Além disso, todos os membros da Aliança Atlântica – uma organização internacional de caráter político e militar – se comprometeriam a não expandir ainda mais a OTAN, em especial a Ucrânia, e a não desenvolver qualquer “atividade militar no território da Ucrânia e em outros países do Leste Europeu, do Cáucaso Sul e da Ásia Central”.

Washington, OTAN e União Europeia acusam Moscou de ter concentrado milhares de soldados nas fronteiras com a Ucrânia para preparar um ataque. No caso de uma invasão, os ocidentais ameaçam adotar sanções contra a Rússia, mas, até o momento, parecem excluir uma intervenção militar.

A Rússia rejeita, por sua vez, todas estas acusações, afirmando que se encontra sob ameaça da OTAN. Segundo Moscou, a organização apoia a Ucrânia militarmente e multiplica sua presença aérea e marítima na região do Mar Negro.

Com informações da AFP