A nova diretriz é divulgada poucas semanas depois de o regime começar a anunciar decisões extremas e que o aproxima do antigo poderio mais ortodoxo e conservador. O grupo já havia “solicitado” aos canais de televisão do país que não exibissem “novelas com mulheres” e exigiu que jornalistas mulheres usem o “véu islâmico” diante das câmeras.
As cenas de civis pulando de aviões e tentando desesperadamente fugir do país no retorno talibã mostram a preocupação das pessoas e a verdadeira ameaça que o grupo representa contra os direitos humanos na região. Muita gente rejeita seu retorno ao poder, lembrando que eles executavam qualquer um em praça pública pelo mínimo desvio de conduta.
Durante o domínio talibã na região, as mulheres não tinham permissão para trabalhar ou estudar e deveriam ficar confinadas em casa. Elas só poderiam sair se estivessem acompanhadas de um homem. Era obrigatório o uso da burca, cobrindo todo o corpo, da cabeça aos pés, e mulheres acusadas de adultério eram apedrejadas na rua.
O regime também proibiu música, filmes, televisão e livros. Artefatos culturais foram destruídos. Aqueles que continuaram consumindo produtos da cultura ocidental em segredo corriam o risco de sofrer punições extremas de acordo com a interpretação radical da lei islâmica. Tudo isso voltou com força avassaladora.
Desde que tomou novamente o poder em agosto deste ano, o grupo prometeu que estes seriam novos tempos, menos rígidos que os anteriores. Respeitando os direitos humanos e os direitos das mulheres, principalmente na educação. Mas isso não é verdade. Em várias províncias, as autoridades locais aceitaram abrir as escolas para as meninas, embora muitas delas ainda não possam frequentar as aulas. De maneira preocupante começam a surgir sinais de que os objetivos e as práticas dos talibãs vão retomar os velhos tempos de opressão a mulher e repressão violenta a qualquer deslize ou comportamento não permitido.
Com informações da Istoé